Trabalhos de Conclusão (TCC) de Graduação: Monografia
https://repositorio.uergs.edu.br/xmlui/handle/123456789/136
2024-03-28T12:04:13ZAvaliação do cumprimento da regulamentação acerca dos canudos plásticos nos municípios de Torres, Imbé e Tramandaí – RS - Brasil
https://repositorio.uergs.edu.br/xmlui/handle/123456789/3170
Avaliação do cumprimento da regulamentação acerca dos canudos plásticos nos municípios de Torres, Imbé e Tramandaí – RS - Brasil
Brandão, Marina Vargas
A produção e o consumo de plásticos tiveram um aumento substancial nos últimos anos, impulsionados pelo crescimento nos padrões de consumo da população, com itens de uso único integrando-se à rotina diária. Uma considerável parcela desses resíduos pós-consumo acaba sendo descartada de maneira inadequada e, devido à baixa degradabilidade, permanece no ambiente por centenas de anos, apresentando potencial impacto na fauna aquática. Nesse contexto, foram estabelecidas regulamentações que proibiram ou limitaram a utilização de materiais descartáveis em escala global. No estado do Rio Grande do Sul, as normativas que proíbem o uso de canudos plásticos foram promulgadas a partir de 2018, abrangendo as cidades de Torres e Imbé, e em 2019, em Tramandaí. O objetivo deste estudo foi avaliar o uso de descartáveis, incluindo canudos, em quiosques, na beira das praias de Tramandaí, Torres e Imbé, no verão de 2022/2023. Foi possível observar que, embora as regulamentações existentes nas três cidades litorâneas sejam simples e diretas, proibindo completamente o uso de canudos plásticos não biodegradáveis, o uso e a distribuição desse material continuam ocorrendo normalmente. Em 80% dos quiosques observados, os canudos estavam expostos e disponíveis no balcão. Diversos outros itens descartáveis foram amplamente disponibilizados pelos quiosques, sendo a frequencia deles: os canudos (23,3%), copos plásticos (16,8%), guardanapos de papel (13,7%), latinhas (19,9%) e garrafas de vidro (10,3%). Foram identificados oito tipos de canudos disponibilizados pelos quiosques, e 52,78% não cumpriem a legislação e 47,22% dos canudos comercializados cumprem a legislação por serem biodegradáveis. Proibir legalmente o emprego de materiais descartáveis representa uma crucial iniciativa na gestão das zonas costeiras. Contudo, tal medida só se traduzirá em resultados eficazes se for complementada por ações de fiscalização e, sobretudo, por um programa abrangente de gestão de resíduos conduzido pelos governantes municipais, juntamente com uma campanha de conscientização junto à população, visando a cooperação entre autoridades, regulamentações transparentes de saneamento e uma população consciente de seus hábitos de consumo.
2023-01-01T00:00:00ZInfluência da descarga de água continental subterrânea sobre a meiofauna da zona entremarés
https://repositorio.uergs.edu.br/xmlui/handle/123456789/3069
Influência da descarga de água continental subterrânea sobre a meiofauna da zona entremarés
Andrade, Marcos Linhares de
As praias arenosas estão continuamente sofrendo modificação, sejam pelas correntes marinhas, marés, ondas, vento, ou mesmo interferências antrópicas, o que exige adaptação constante por parte dos organismos que ali habitam. Outro fator que pode afetar é a Água Continental Subterrânea (ACS), que aflora na faixa de praia, podendo incrementar a concentração de nutrientes nesta região. Entre os consumidores primários presentes na zona costeira marinha destacam-se os organismos bentônicos meiofaunais por serem abundantes e diversificados, especialmente em praias arenosas. Estes habitam os espaços intersticiais do substrato nos ambientes encharcados e por apresentarem um curto ciclo de vida, respondem rapidamente às mudanças do ecossistema, sendo bons indicadores da qualidade ambiental. A falta de conhecimentos sobre a real contribuição das águas subterrâneas para o ecossistema marinho, principalmente em relação ao fornecimento de nutrientes para a zona costeira, foi o grande estímulo para este estudo. Portanto, avaliar a influência da descarga de ACS sobre a meiofauna, considerando áreas com diferente aporte de água continental na zona entremarés foi o objetivo deste trabalho. As áreas de amostragem foram escolhidas de acordo com dados pretéritos de descarga de ACS fornecidos por Rocha (2018), sendo elas Praia de Imbé e Praia de Quintão, ambas no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Foram realizadas dez amostragens durante seis meses com a extração de ACS para a análise de ortofosfato, dureza, nitrogênio amoniacal, cloretos/salinidade, condutividade, pH, temperatura, silicato, ferro total, além da coleta de sedimento, para cloretos, salinidade, clorofila a e granulometria e, ainda, para a meiofauna em seis réplicas aleatórias ao redor do ponto de extração de ACS. Em laboratório, os animais foram extraídos do sedimento pelo método de flotação e quantificados em filo, classe ou ordem. Foram identificados quatro grupos zoológicos, sendo 67,19 % composto por nematódeos, 21,59 % copépodes harpacticóides, 7,82 % turbelários, 0,31 % ácaros e ainda, um quinto grupo não identificado de metazoários, de corpo longo e achatado de aspecto leitoso, que constituiu 3,09 % da totalidade meiofaunal encontrada. Os resultados mostraram um maior número de organismos meiofaunais na praia de Quintão com densidade de 110,23 ind./10 cm², onde o sinal de ACS foi mais evidente no período em questão, contra uma densidade de 61,20 ind./10 cm² em Imbé. Entretanto, outros fatores podem ter contribuído para os resultados, como a morfologia da praia e a ação antrópica. Sendo o primeiro trabalho da região com este enfoque, os dados obtidos certamente servirão de base para futuras pesquisas relacionadas à contribuição da água subterrânea para a produtividade biológica dos sistemas costeiros.
2019-01-01T00:00:00ZA dinâmica da pesca de tarrafa e a influência do boto-de-Lahille Tursiops gephyreus Lahille, 1908 na barra do rio Tramandaí (RS)
https://repositorio.uergs.edu.br/xmlui/handle/123456789/2999
A dinâmica da pesca de tarrafa e a influência do boto-de-Lahille Tursiops gephyreus Lahille, 1908 na barra do rio Tramandaí (RS)
Christmann, Kevin Stacke
A barra do rio Tramandaí é um dos raros cenários no mundo onde há uma mútua interação positiva entre os botos-de-Lahille Tursiops gephyreus Lahille, 1908 (Cetacea: Delphinidae) e os pescadores de tarrafa. Tal atividade, conhecida como pesca cooperativa, é principalmente voltada na captura da tainha Mugil liza. O presente trabalho tem como objetivo analisar dinâmica da pesca de tarrafa com a influência do boto na barra, além de caracterizar a composição das espécies associadas às capturas na pesca de tarrafa. A área de estudo localiza-se na desembocadura do estuário do rio Tramandaí, a qual forma a divisa entre os municípios de Imbé e Tramandaí, litoral norte do Rio Grande do Sul, Brasil. De janeiro de 2020 a janeiro de 2022, a atividade de pesca de tarrafa foi monitorada semanalmente, alternando entre as áreas de Tramandaí, Imbé e ponte Giuseppe Garibaldi. Foram realizados 58 campos e coletadas 696 amostras. Foi possível verificar que a presença do boto coincide com as áreas de maior ocorrência de pescadores na barra, com exceção da ponte, onde há frequentemente pescadores de tarrafa sem a presença do boto. Os botos aumentaram efetivamente a eficiência da pesca, com a redução do esforço de pesca e um aumento no número de capturas de pescado em ambos os municípios. Foi registrado um total de 3400 exemplares dos quais 996 foram realizados a biometria. Trinta espécies foram identificadas de acordo com sua dominância. A espécie-alvo da pesca cooperativa, a tainha, foi dominante nos três locais durante todas as estações, sendo predominante no outono de 2021 (N% = 77%; FO% = 37%), o que revela que a pesca de tarrafa é altamente seletiva nesta região. O tamanho das tainhas também variou conforme a estação do ano, sendo maiores no outono (456 ± 53 mm e 0,990 ± 0,270 kg) e menores no verão (332 ± 58 mm e 0,330 ± 0,150 kg). As demais espécies apresentaram baixas abundâncias e frequências de ocorrência em relação à espécie-alvo, indicando serem espécies ocasionais. O presente trabalho fornece dados atuais sobre a dinâmica da pesca de tarrafa na barra e a importância da utilização responsável dos recursos pesqueiros, o que poderá auxiliar futuros gestores na resolução dos conflitos existentes nessa área.
2022-01-01T00:00:00ZAssembleia de peixes e antropização em dois sangradouros em Capão da Canoa, Litoral Norte do RS, Brasil
https://repositorio.uergs.edu.br/xmlui/handle/123456789/2978
Assembleia de peixes e antropização em dois sangradouros em Capão da Canoa, Litoral Norte do RS, Brasil
Machado, Caroline Folchini
Os sangradouros são pequenos canais de água que se interligam com o mar e têm um importante papel na deposição de sedimentos, contribuindo para drenagem da zona costeira. Do ponto de vista biológico, os sangradouros são pouco estudados, porém sabe-se que a ação antrópica vem alterando a paisagem destes ambientes. Assim, uma vez que o Litoral Norte do Rio Grande do Sul é a região que mais cresce no estado, os sangradouros podem estar sendo contaminados diretamente pela ação humana. Deste modo, este estudo visa analisar dois sangradouros com diferentes graus de urbanização entre os anos de 2020-2023. Nestes pontos, foram analisadas a ictiofauna, bem como parâmetros físico-químicos da água e fatores meteorológicos, como salinidade, temperatura, profundidade e ventos. Nos sangradouros estudados, 70% dos indivíduos capturados foram peixes de pequeno porte, 15% de médio porte e 15% de grande porte. Entre as espécies de pequeno porte, há predominância de P. caudimaculatus (água doce) e de M. liza, espécie estuarino-dependente, que os utiliza em suas fases iniciais de desenvolvimento. Não foi encontrada nenhuma correlação estatística com as variáveis ambientais analisadas, havendo talvez outro fator desconsiderado que seja determinante na abundância e na composição da ictiofauna. No entanto, os resultados obtidos demonstram que os fatores antrópicos estão afetando a ictiofauna destes ambientes, pois houve diferença na diversidade de espécies capturadas entre os dois locais estudados. Isso indica a necessidade de que estudos mais amplos sejam feitos visando contribuir com a conservação dos sangradouros.
2023-01-01T00:00:00Z