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Essa pesquisa em Dança se propõe investigar um processo de criação em
Improvisação estabelecendo relações em solitude (durante a Pandemia da COVID-19),
comigo mesma e os objetos, sons que estabelecem relação com meu cotidiano e passado.
Dialogando com essas descobertas poéticas do corpo em cartas, a coleção de cartas tem
a proposição de dialogar com as leitoras e os leitores sobre meu processo de criação
apontando os principais aspectos de criar em solitede durante a pandemia. Observando as
poéticas do corpo geradas ao longo dos meses de pesquisa, trazendo para as cartas a
perspectiva dasimagens corporais que foram vindos à tona à medida que as circunstâncias
de viver em pandemia trouxe para o estado de presença.
Na busca para compreender os “porquês” e os “como” e os “para quem” eu achei
as seguintes indagações: Como viver sem estar em função do outro? E como poder
ter a liberdade de movimentar meu corpo na solidão da prisão da minha casa,
fazendo dança? Percebi ao longo dessa pesquisa que a relevância de “para quem” essas
poéticas surgidas nessa pesquisa em dança se prestavam, elas corroboram para quem
deseja criar em dança, quem está disponível a escutar o corpo entendendo-o como inteiro.
Desde as memórias que tem corpo às dificuldades de criar e achar motivações,
criatividade em meio ao estado repentino de solitude.
Como vivemos ainda em reclusão social, entender a diferença de uma obra em
solitude, distinguir a diferença entre solitude e solitária, pensar em novas possibilidades
de criar uma obra a distância corporal, cinesférica de outros seres (do meio artístico).
Possibilitando ao leitor, a leitora pensar e sentir essa nova estrutura de uma forma a se
somar. Entendendo que esse, pode ser, um caminho de criação, tão sensível e
potencializador como qualquer outro. É como vejo a justificativa dessa pesquisa.
Nossas formas de criar, e sentir, sofreram muita alteração, nós nos modificamos
muito. Porém, sempre há possibilidades de aprender novas formas, reaprender caminhos
antigos. Essas cartas, esse recorte de descobertas se fazem presente a partir da
necessidade em que precisamos da arte. |
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