Resumo:
No estado do Rio Grande do Sul (RS), especificamente na região norte, em que o
clima predominante é subtropical, há uma riqueza de espécies nativas que
historicamente foram negligenciadas ou pouco utilizadas, como: guabiroba, butiá,
entre outros. O uso econômico dessas espécies possibilita a geração de emprego e
renda para os pequenos agricultores, por meio da coleta de frutas das espécies
nativas em suas propriedades. Para o uso e exploração dessas espécies necessitase de estudos e informações técnicas organizadas que permitam avançar na
estruturação de todos os elos dessa cadeia produtiva. Esta pesquisa teve por
objetivo diagnosticar os fungos associados a sintomas de doenças que possam
comprometer o potencial produtivo das fruteiras nativas. Para tal foram coletadas
informações e amostras de plantas com sintomas característicos de doenças com
potencial dano às fruteiras nativas, no município de São José do Ouro-RS. A análise
e identificação das estruturas fúngicas presentes nas lesões das amostras, foi
realizada utilizando estereomicroscópio e microscópio em comparação com a
bibliográfica através das características morfológicas observadas. Dessa forma,
foram analisadas 26 amostras diferentes de 13 espécies de frutíferas nativas:
amoreira, araçá, araucária, araticum, butiazeiro, cerejeira do mato, goiabeira,
guabiju, guabiroba, jabuticabeira, maracujazeiro, guamirim e pitangueira. Os
principais sintomas de doenças encontrados foram manchas foliares; foram 12
gêneros fúngicos identificados, sendo 3 gêneros/espécies predominantes:
Colletotrichum gloeosporioide (18%); Cephaleuros mycoidea (15%) e Puccinia spp. e
Puccinia psidii (15%). Com este levantamento, torna-se mais acessível o diagnóstico
e mais rápido o tratamento de doenças em pomares de frutíferas.