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Esta pesquisa artística é gerada a partir da coleta de mudas de plantas que
conectadas a cabos navais e cordas passam a constituir um trabalho artístico em um
local específico, o jardim de uma residência na cidade de Montenegro, Rio Grande
do Sul. São utilizadas técnicas de feitura de nós, como os de marinharia, além de
croché, macramé, frivolité, para unir a estrutura às plantas. Por meio de reflexões,
anotações em diário de bordo e registros fotográficos, observa-se as mudanças,
tanto no crescimento das plantas, como nos caminhos que essas percorrem no
espaço aos quais estão condicionadas. Ao delimitar esses espaços, procura-se
interferir no trajeto que as plantas perfazem, sendo este, um exercício da
(im)permanência cotidiana. Ao interferir no curso da natureza, são propostas
relações entre o próprio cotidiano e os cursos que permeiam a existência desse
corpo vivo e permeável aos fluxos da natureza. Gilles-Clément, Emanuele Coccia,
Philippe Descola, Davi Kopenawa, Stefano Mancuso e Eduardo Viveiros de Castro
são alguns dos autores que se aproximam dessa pesquisa, além das produções de
artistas como Hélio Oiticica e Eva Hesse, às vezes, no sentido de contraposição,
outras de relações interventivas na e com a natureza. Através das relações que faço
entre as plantas e os nós, busca-se, ainda, conexões entre eu e o outro, que
constroem uma trama, produzindo encontros e desencontros entre o ser e o fazer
parte deste processo como um único corpo. |
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