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O crescente aumento populacional e a diversificação industrial vêm aumentando a demanda
pelos recursos naturais locais e impactando no meio ambiente. A poluição das águas superficiais
e subterrâneas por esgotos domésticos e resíduos tóxicos provenientes das indústrias fazem com
que ocorra escassez deste recurso em vários locais. Diante deste problema, busca-se alternativas
para o gerenciamento racional deste recurso. A reutilização de água tratada em indústrias é uma
ferramenta que promove a redução na demanda dos mananciais, pois substitui a utilização de
água potável por uma de qualidade inferior. Uma das alternativas para o uso desta água de
efluentes secundários tratados é na reposição de torres de resfriamento. As torres de
resfriamento são um dos equipamentos de maior consumo de água em várias indústrias e em
outros estabelecimentos, assim é um dos pontos mais prováveis para aplicar o reuso de água.
No entanto deve-se avaliar os impactos potenciais como fouling, corrosão e depósito de
incrustações, além do conhecimento dos fatores que influenciam no comportamento da água de
recirculação, tais como temperatura, tratamento químico entre outros. O estudo desenvolvido
verifica a possibilidade de utilizar a água de reuso do efluente tratado em uma Estação de
Tratamento de Efluentes (ETE) Modular MIZUMO como parte da reposição diária de uma torre
de resfriamento localizada em uma indústria da Serra Gaúcha. Para alcançar o objetivo proposto
analisou-se a eficiência do tratamento atual na estação, otimizando a qualidade da água para
reuso. Para ajuste do parâmetro de Fósforo Total no efluente final implantou-se o uso de Cloreto
Férrico no tratamento biológico. A análise dos dados dos ensaios da água na Torre de
resfriamento com o efluente tratado final demonstraram que não foi alcançada totalmente a
qualidade necessária, sendo assim, a recomendação é utilizar em torno de 20 a 25 m³/dia da
água de reuso na torre, com diluição de água de poço artesiano. Para garantia da qualidade da
água no parâmetro sólidos suspensos, foi alterado a periodicidade de descarte de lodo do
sistema anaeróbico, no qual pelas informações de projeto do fabricante deveriam ser realizadas
a cada quatro meses e atualmente para melhor desempenho da ETE estipulou-se descarte
mensal. Outras duas sugestões ainda não implantadas com foco na redução de sólidos
suspensos possibilitando aumentar a quantidade de água de reuso, é a alteração do atual sistema
de descarte de lodo biológico do reator aeróbico para o reator anaeróbico, devendo ser
descartado diretamente a um sedimentador exclusivo, e a implantação de um sistema de filtro
de areia antes do retorno às torres de resfriamento. A implantação de melhorias contínuas nas
empresas é interessante e traz muitos benefícios ambientais, bem como a água de reuso que
demonstra potencial sendo uma fonte alternativa estratégica para fins não potáveis. |
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