O estágio obrigatório do curso de letras: os deslocamentos possíveis no discurso pedagógico metálico em ensino remoto na EJA

Abstract

Este trabalho abrange a Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto direito, conforme normatizações previstas constitucionalmente e nas Leis de Diretrizes e Bases Educacionais brasileiras, tendo por base os discursos que compreendem os processos pedagógicos desenvolvidos em situação de estágio obrigatório no ensino de Língua Portuguesa Instrumental do Curso de Letras da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Trata-se de pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, sendo a primeira de levantamento bibliográfico e documental da legislação e a segunda, conduzida por orientações da pesquisa-ação educacional. Os dados produzidos foram efetivados à luz dos referenciais teóricos e analíticos da Análise do Discurso originária de Michel Pêcheux. Tendo em vista o problema de pesquisa, a saber: quais deslocamentos discursivos são possíveis em atividades remotas com projeção de práticas pedagógicas autônomas, autorais e emancipatórias na EJA, em contextos de estágio obrigatório do curso de Letras/Uergs? objetivou-se analisar o funcionamento discursivo das posições assumidas pelos sujeitos da pesquisa-ação diante do denominado "discurso pedagógico metálico". Como referenciais, destacam-se: Achard (1999), Authier- Revuz (1991), Arroyo (2005), Di Pierro (2005), Freire (1997, 2002, 2009), Maingueneau (2001, 2005), Maliska (2001), Orlandi (2006, 2015, 2017), Pêcheux (1999), Possenti (1996), Thiolllent (2011). Dos resultados, destacam-se o desenvolvimento do processo reflexivo na ação e sobre a ação como instância formativa do pesquisador e seu deslocamento enunciativo enquanto professor-estagiário. Mesmo diante de um ambiente virtual de aprendizagem, que é agenciado, foi possível, mediante diálogo e a participação dos estudantes, a autonomia e a produção do conhecimento, o que se evidencia no estudo realizado.