A agricultura familiar esteve presente em Nova Hartz/RS desde o período de colonização, com o processo de industrialização na década de 1950, esta categoria passa a ficar às margens do desenvolvimento regional. Mesmo estando à margem, a agricultura familiar em Nova Hartz ainda resiste, ainda (re)existe. A pergunta norteadora deste trabalho de conclusão de curso é: Quais as percepções dos agricultores participantes da Feira do Agricultor Familiar da Associação de Produtores Rurais de Nova Hartz/RS, em relação aos seus modos de vida, trabalho, sucessão familiar e lugar? Quais os fatores que influenciaram a sua permanência no meio rural? Como objetivo geral tem-se: descrever e analisar as percepções dos agricultores participantes da Feira do Agricultor Familiar da Associação de Produtores Rurais de Nova Hartz/RS, em relação aos seus modos de vida, trabalho, sucessão familiar e lugar e os fatores que influenciaram sua permanência no meio rural. A pesquisa em questão foi elaborada seguindo uma abordagem qualitativa, de tipo exploratória e descritiva, sobre questões que afetam a permanência e (re)existência dos agricultores familiares em Nova Hartz/RS. Como constatações percebemos que os agricultores familiares permaneceram no meio rural em função de 3 fatores principais: 1) o apego e o sentimento de pertença ao lugar; 2) a identificação com a profissão de agricultor/a familiar; 3) tradição e motivação geracional; 4) a capacidade de se organizar; 5) as aprendizagens que emanam das relações com a terra; 6) a escolha de seguir nesse lugar; 7) as críticas ao des/envolvimento; 8) a lida cotidiana, apesar da não sucessão quando os filhos escolhem partir; 9) a realização da feira de comercialização de produtos; e, 10) a renda (superior à da indústria calçadista).