Resumo:
A Aids é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) que ataca as células de defesa do organismo, tornando-o mais vulnerável às diversas enfermidades, também chamadas de doenças oportunistas. Os primeiros casos de HIV no Brasil foram relatados no início da década de 80. A sociedade civil teve um papel fundamental na construção da Política Nacional de HIV/Aids. Esta se consolidou a partir da articulação entre movimentos sociais, academia, trabalhadores da saúde e gestão, buscando as primeiras respostas no campo da assistência e tratamento das Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA). Em 2001 começa uma grande articulação de mulheres afetadas pela epidemia, consolidando-se em 2004 o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP). O MNCP tem dado visibilidade às vulnerabilidades e especificidades dessas mulheres. Assim, esta pesquisa buscou analisar o protagonismo das mulheres vivendo com HIV/Aids (MVHA) organizadas no MNCP e como elas contribuem no enfrentamento da epidemia. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa, que adota o método de ensaio acadêmico - gênero textual de caráter critico e discursivo – que oportuniza apresentar opiniões e reflexões sobre o tema em consonância com a bibliografia utilizada. A partir do material de pesquisa, constata-se que a epidemia envolve elementos multifatoriais, transcendendo as dimensões biomédicas. São muitos os desafios das MVHA, ligados principalmente às desigualdades de gênero e aos Determinantes Sociais em Saúde (DSS), que as afetam e as deixam mais suscetíveis ao adoecimento. Dessa forma, depreende-se que as Políticas Públicas devem focar em ações e estratégias com vistas à redução das vulnerabilidades existentes e ao enfrentamento das desigualdades que interferem drasticamente na vida das MVHA. Também se faz necessário ressignificar a atuação do Movimento de forma a resgatar a construção de agendas afirmativas calcadas nos direitos humanos, que foi o alicerce na construção da Politica de HIV/Aids no país, entendendo a Aids de uma forma transversal, intersetorial, interdisciplinar e ancorada nos princípios do SUS. Por fim, esforços conjuntos com outros movimentos de mulheres e os movimentos de luta contra a Aids e pelo acesso à assistência e ao tratamento, é de suma importância para superar o atual momento político-econômico-social, de silenciamento e de perdas de direitos. Resistência e Coragem são as palavras do momento.