Resumo:
O descarte incorreto de medicamentos traz como consequências a agressão ao meio ambiente, a contaminação da água, do solo e doenças nos seres humanos e animais. A logística reversa de medicamentos é um avanço tecnológico para empresas farmacêuticas, além de cumprir com a sua obrigação, tem um dever de minimizar os riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Este estudo tem como objetivo levantar de que forma a logística reversa vem sendo implementada no descarte dos medicamentos vencidos ou em desuso, nas farmácias/drogarias do município de São Borja, RS. A metodologia empregada é um estudo de multicasos, por meio de uma pesquisa qualitativa, com dados coletados por entrevistas estruturadas com perguntas, de forma presencial aos farmacêuticos em cinco redes e uma pesquisa aos consumidores sobre o assunto. Os resultados mostraram que todas as redes farmacêuticas terceirizam o recolhimento e tratamento de medicamentos, porém só em cinco farmácias de três redes, possuem um ponto de coleta para os clientes. Nas demais, só é coletado e destinado os medicamentos vencidos do próprio estabelecimento, para não gerar mais custos a empresa. A maioria dos farmacêuticos, afirma saber da existência das normas, mas demonstram desconhecimento da legislação existente, manifestaram que isso é dever da prefeitura. Entre a população leiga entrevistada, constatou-se que 32,50% dos medicamentos vencidos ou em desuso é descartado no lixo comum, 7,50% no vaso sanitário. Contatou-se também que 46% dos consumidores não sabiam que algumas farmácias fazem esse tipo de recolhimento, e entre os 54% que sabem, boa parte deixa nos postos de saúde, que legalmente não são responsáveis pelo recolhimento de medicamentos da população. Nos dados coletados, a importância da Logística Reversa ficou evidente entre os farmacêuticos e a população.