A sensação é de que estamos vivendo em uma espécie de estado intermediário entre
a vida e a morte, estamos esgotados em vários aspectos, preenchendo nossos dias
com escapismos nos catálogos das plataformas online de streaming, nos alimentando
de conteúdo das redes sociais, consumindo vídeos de 1 minuto e salvando receitas
culinárias que nunca iremos fazer. Todos estão tão esgotados que mal conseguem
refletir sobre isso. Estamos paralisados, apenas sobrevivendo e aguardando o
próximo dia. Nossa existência se tornou uma espera interminável. De acordo com
Pelbart (2017), tudo isso parece desprovido de significado, destituído de sensibilidade,
nossas ações são guiadas por hábitos e reflexos. Existe alguma maneira de escapar
desse cenário? Há uma alternativa? Existe uma busca por algo que possa nos trazer
de volta a sensação de estar verdadeiramente vivo. Este estudo propõe-se a abrir
uma fresta na rotina diária de um grupo de pessoas que se dispuseram, no meio de
tantas obrigações, a experimentarem uma prática em dança e, assim, confrontaremse consigo mesmas, refletirem sobre suas vidas e enxergarem novas possibilidades.