Des(encontros) na aprendizagem do ensino fundamental II: um estudo acerca das dificuldades na leitura e escrita

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral investigar quais os principais motivos das defasagens apresentadas pelos estudantes da rede pública dos anos finais do Ensino Fundamental relacionadas à leitura e à escrita e quais as estratégias que os docentes de LP encontram para lidar com essas lacunas. Esta pesquisa se caracteriza como de abordagem qualitativa, do tipo bibliográfico. Utilizamos como procedimento investigativo para a coleta de dados a procura de publicações sobre a temática no Google Acadêmico. Após o levantamento de dados que resultou na escolha de uma tese de doutorado e três dissertações de mestrado, uma análise de conteúdo - técnica defendida por Laurence Bardin (2011) - foi realizada. A análise de conteúdo deste estudo também foi permeada pela minha experiência enquanto docente/estagiário do EFII, dos relatos, comentários e rotinas vivenciadas nas escolas onde desenvolvi minhas atividades. Respaldamo-nos nas contribuições da Lei de Diretrizes Base da Educação (9394) e na Base Nacional Comum Curricular (2018) que regem e orientam a Educação Básica no país; Andrade (2011), Rosinski (2016), Cunha (2016), entre outros, que discutem a transição de níveis de ensino. Esta pesquisa também dialoga com os pressupostos de Leffa (1996); Peixoto e Araújo (2020); Koch (2018) e Solé (1998) que refletem sobre as concepções de leitura e escrita e suas problemáticas. Neste estudo, apresentamos os quatro principais segmentos envolvidos nas possíveis causas dos problemas de defasagem nas habilidades de leitura e escrita de nosso alunado, quais sejam: a família, o aluno, a escola e o professor. Também identificamos essas defasagens e as estratégias utilizadas pelos professores para saná-las. No último capítulo, tecemos nossas considerações finais sugerindo que se as aulas de Língua Portuguesa, voltadas para o ensino das habilidades da escrita e da leitura, forem desenvolvidas em consonância com uma linguística de uso, que privilegie a língua em seus mais diversos usos autênticos do cotidiano, muitas das dificuldades dos alunos podem ser sanadas, pois, realizar um ensino de produção e compreensão de textos que leve em conta a articulação entre forma e sentido para constituir a interlocução e a referência, são questões sem as quais não seriam possíveis as trocas humanas via linguagem.