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Os sangradouros são pequenos canais de água que se interligam com o mar e têm um importante papel na deposição de sedimentos, contribuindo para drenagem da zona costeira. Do ponto de vista biológico, os sangradouros são pouco estudados, porém sabe-se que a ação antrópica vem alterando a paisagem destes ambientes. Assim, uma vez que o Litoral Norte do Rio Grande do Sul é a região que mais cresce no estado, os sangradouros podem estar sendo contaminados diretamente pela ação humana. Deste modo, este estudo visa analisar dois sangradouros com diferentes graus de urbanização entre os anos de 2020-2023. Nestes pontos, foram analisadas a ictiofauna, bem como parâmetros físico-químicos da água e fatores meteorológicos, como salinidade, temperatura, profundidade e ventos. Nos sangradouros estudados, 70% dos indivíduos capturados foram peixes de pequeno porte, 15% de médio porte e 15% de grande porte. Entre as espécies de pequeno porte, há predominância de P. caudimaculatus (água doce) e de M. liza, espécie estuarino-dependente, que os utiliza em suas fases iniciais de desenvolvimento. Não foi encontrada nenhuma correlação estatística com as variáveis ambientais analisadas, havendo talvez outro fator desconsiderado que seja determinante na abundância e na composição da ictiofauna. No entanto, os resultados obtidos demonstram que os fatores antrópicos estão afetando a ictiofauna destes ambientes, pois houve diferença na diversidade de espécies capturadas entre os dois locais estudados. Isso indica a necessidade de que estudos mais amplos sejam feitos visando contribuir com a conservação dos sangradouros. |
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