O gerenciamento ineficiente dos resíduos sólidos pode gerar problemas à saúde pública e à preservação dos recursos naturais. O descarte irregular dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) é um dos grandes desafios a serem enfrentados dentro da problemática do saneamento ambiental. A falta de uma organização e sistematização das fontes geradoras ocasiona graves consequências devido à periculosidade e patogenicidade que os RSS apresentam. Neste sentido, se faz necessário o despertar de uma consciência coletiva quanto às responsabilidades no trato destes resíduos. O objetivo do estudo foi elaborar o Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) do Hospital de Caridade Frei Clemente (HCFC), localizado em Soledade (Rio Grande do Sul). A metodologia adotada foi pesquisa-ação, com envolvimento e participação dos colaboradores do HCFC em conjunto com os pesquisadores deste estudo. Os procedimentos foram divididos em quatro fases: 1ª) avaliação da situação de gerenciamento dos RSS no ambiente hospitalar; 2ª) levantamento quali-quantitativo dos RSS; e 3ª) apresentação das sugestões de melhorias ao HCFC, e por fim, 4ª) elaboração e apresentação do PGRSS. Com embasamento dos dados obtidos nas fases 1 a 3, foi entregue o PGRSS e 20 ações propositivas de melhorias para o ambiente hospitalar. Dentre os principais resultados obteve-se a caracterização dos ambientes e dos principais RSSS gerados. Observa-se que os dados fornecidos pelo hospital, em 2017, referentes à coleta, ao tratamento e a disposição final dos RSS projetam um valor de 1,9 kg de resíduos habitante/ano. Valores estes acima da projeção nacional de 1,2 kg por habitante/ano. A continuidade das ações propostas após a entrega do PGRSS contribuirá para a melhoria da unidade hospitalar em relação ao gerenciamento dos resíduos, quanto à proteção dos colaboradores, à preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente como um todo.