O presente artigo discorre uma reflexão aprofundada sobre a inserção da mulher
integrante do Movimento Tradicionalista Gaúcho no cenário de narração dos rodeios
crioulos. O local de narração, denominado cabine, até o ano 2018 era habitado
somente por homens, como poderá ser observado no andamento do texto. Cultuar as
nossas tradições não é um ato de contemplação saudosista, é principalmente a
preocupação em trazer para o presente os valores e princípios que herdamos. O artigo
também visa instigar a percepção de que, se esta ação é consequência da evolução
natural do meio tradicionalista, pois os rodeios crioulos são uma prática artística e
cultural dentro do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Desta forma, este evento
cultural engloba diversas atividades artísticas e campeiras, uma delas em específico
é denominada como Tiro de Laço, este é praticado dentro do âmbito familiar e
comunitário. Pode ser observado também, como a mulher narradora atua com o estereótipo de gênero propagado pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho e sua
presença como narradora na modalidade do Tiro de Laço. Através das referências
bibliográficas, este artigo busca se sustentar e embasar sua estrutura sobre o aporte
dos autores que fundamentam o tradicionalismo e regionalismo gaúcho, as escritas
sobre gênero, a evolução da mulher e evolução identitária, bem como, a evolução e
construção social junto com as definições baseadas em conceitos de referência de
dicionário e amparo mundial como a Organização das Nações Unidas.