Colocar-se no lugar do outro é como uma metáfora para convidá-lo a dançar. Esta
pesquisa em dança explora a interseção entre dança, empatia e neurodiversidade,
centrando-se na busca por construir uma via empática através da dança para
estabelecer conexões com indivíduos neurodiversos participantes do projeto social
“Universo Atípico – Arte para transformar”. A partir da necessidade de aproximar e
compreender o outro em suas características identificadas através da vivência em
aula, o professor de dança investiga através de seu corpo, possibilidades de contato
pela experiência do movimento, objetivando explorar como a empatia na dança pode
ser uma ferramenta para construir conexão e diálogo entre experiências neurotípicas
e neuroatípicas. A metodologia adotada para esta pesquisa é a Prática como Pesquisa
(PaR), utilizando contribuições da autoetnografia traçando as escritas do corpo. Os
resultados desta pesquisa manifestam-se na construção de uma dramaturgia em
dança explorando elementos como a escada, a boca, e as diferentes formas de
brincar. A pesquisa revela, portanto, que a empatia através da dança é uma poderosa
ferramenta para gerar conexões significativas, que transformam o olhar daquele que
se permite experimentar novas perspectivas através do outro. Neste processo, a
dança surge como uma linguagem inclusiva, capaz de ir além dos estereótipos
ampliando os horizontes pessoais e transformando relações.