Produção de forrageiras e conforto térmico ambiental com o uso da irrigação por aspersão

Abstract

A pastagem de verão faz parte do contexto de uma pecuária de alta produtividade no Estado do Rio Grande do Sul, fazendo-se cada vez mais necessário conhecimentos sobre forrageiras para produção de biomassa especialmente em sistemas irrigados, haja vista a irregularidade das chuvas no verão do RS e, a importância desta na modificação do microclima que pode aumentar o conforto térmico animal, contribuindo para um ambiente de alta produtividade. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o microclima para o conforto térmico animal e a produção de biomassa de capim sudão e milheto com e sem irrigação suplementar. Dois experimentos foram conduzidos à campo na Estação Agronômica da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul Unidade em Cachoeira do Sul, nas safras 2020/21 e 2021/22. Foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado bifatoral com quatro repetições, sendo, no primeiro ano, o fator A constituído de duas forrageiras (milheto e capim sudão) e, o fator D por dois regimes hídricos (irrigado e não irrigado).No segundo ano de experimento, o fator A foi constituído de duas épocas de semeadura de milheto (novembro e dezembro) e, o fator D de dois regimes hídricos (irrigado e não irrigado). A irrigação foi realizada por um sistema de aspersão convencional seguindo o manejo baseado no balanço hídrico. A avaliação da produção de biomassa realizou-se pela coleta da massa verde em um quadro de 0,5 x 0,5m (0,25m2), em altura residual de 0,30m em relação ao solo, altura ideal para retirada dos animais, encontrada na literatura. A análise do conforto térmico foi realizada durante e logo após a irrigação por meio de um termômetro de globo negro e termohigrômetro data logger e a partir das informações coletadas foram calculados os índices de conforto térmico ITU. No primeiro ano de experimento foi necessário a aplicação de 155 mm de irrigação. Sendo que, a irrigação aumentou a produção de massa seca do capim-sudão e do milheto em torno de 6.000 Kg ha-1 a mais que a área de sequeiro. Já no segundo ano, foram aplicados 190 mm na primeira época e 127 mm na segunda época. A produção de milheto foi mais expressiva na primeira época de semeadura, com 7.877 Kg MS ha-1, demonstrando a importância da maximização da radiação solar disponível. A irrigação mitigou o estresse calórico, demonstrando ser uma importante estratégia para o aumento da produção forrageira e melhoria do conforto térmico dos animais no verão na Região Central do RS.