Resumo:
O presente estudo leva em consideração a ictiofauna em relação aos
mesoambientes, que são unidades intermediárias de um ecossistema, situadas
entre as características macro e microambientais. Essas unidades são
caracterizadas por padrões específicos de clima, solo, vegetação e outros fatores
ambientais que se distinguem de maneira relativamente homogênea dentro de uma
região maior. Neste caso, refere-se aos trechos médios e inferiores de água doce
dos rios Jacuí (dividido pelos trechos montante e jusante da barragem/eclusa de
Amarópolis, município de General Câmara, RS) e Camaquã, pertencentes à Bacia
Hidrográfica do Atlântico Sul, no Rio Grande do Sul. Estes ambientes são
caracterizados por abundante deposição de material inconsolidado (areia). Foram
amostrados os ambientes do Eupotamon e do Parapotamon. Foram amostrados 98
pontos com instalação de redes de emalhe de entrenós adjacentes, esforços de rede
tipo picaré, tarrafas e investidas com o amostrador passivo o puçá. Para o Rio
Camaquã, foram identificadas 28 espécies de 11 famílias de peixes, totalizando 287
indivíduos. Para o rio Jacuí, no trecho montante da Barragem/eclusa de Santo
Amaro, 19 espécies de 11 famílias e 1377 indivíduos. Para o rio Jacuí, no trecho
jusante da Barragem/eclusa de Santo Amaro, 19 espécies de 14 famílias e 943
indivíduos. E para os mesoambientes estudados fora da calha principal do rio Jacuí,
26 espécies de 12 famílias e 2355 indivíduos. O estudo resultou na necessidade de
investigação dos movimentos de peixes na bacia do Rio Jacuí, por biotelemetria e
outras técnicas, servindo como subsídio para a proteção dos mesoambientes e a
conservação de espécies reofílicas.