A presente pesquisa investiga as representações do corpo negro na sociedade brasileira e
no teatro, analisando como o racismo estrutural molda essas imagens e limita as
possibilidades de existência desses corpos. Através de uma reflexão sobre as
construções sociais, culturais e históricas, a pesquisa aborda como o teatro pode ser uma
ferramenta de resistência, questionando os estereótipos e as narrativas impostas sobre o
corpo negro. O trabalho também cria a dramaturgia da peça "Escombros",
posteriormente apresentada publicamente no Teatro de Arena, que trata da trajetória de
um jovem negro frente às violências do racismo e da sociedade colonialista. A pesquisa
propõe uma análise crítica das formas como a marginalização racial é retratada no
palco, buscando alternativas para uma representação mais autêntica e libertadora.
Discute, ainda, as tensões entre a tradição e a inovação no teatro brasileiro
contemporâneo, e como essas questões podem ser abordadas na formação de uma
dramaturgia que amplifique as vozes marginalizadas. A pesquisa se apoia nas obras de
autores, artistas e teóricos como Achille Mbembe, Matéi Visniec, e Antonio Obá, para
discutir a subversão das representações e a construção de novas narrativas para o corpo
negro.