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Redes de educação básica que utilizam os conhecimentos científicos e tradicionais da
Cultura Oceânica na construção social de sua comunidade geram cidadãos engajados e
conscientes ambientalmente. No contexto atual do sistema educacional, redes que promovem uma educação fundamental com perspectivas interdisciplinares nas suas práticas pedagógicas podem implementar programas educativos de forma a difundir a Cultura Oceânica socialmente, contribuindo para a Década do Oceano da ONU. A presente pesquisa foi realizada na rede escolar formal do município costeiro de Imbé, litoral norte do Rio Grande do Sul, através de análise documental de livros didático-pedagógicos para identificar conteúdos, e análise de questionários estruturados aplicados aos docentes de Ciências e Geografia das escolas municipais, para verificar a implementação de conceitos da Cultura Oceânica na educação ambiental, com uma abordagem quali-quantitativa. As análises mostram que os docentes e o material didático disponível para as aulas na rede escolar de Imbé tem forte relação com pelo menos quatro dos sete princípios da Cultura Oceânica (o Oceano tem grande influência no tempo e no clima; o Oceano tornou a Terra habitável; o
Oceano suporta uma grande diversidade de vida e ecossistemas; o Oceano e os humanos estão inextricavelmente interligados) e com sete das dez dimensões da Cultura Oceânica (emoceans, comportamento, consciência, conhecimento, comunicação, atitudes e ativismo). Verificou-se que a Cultura Oceânica está presente em um número significativo de páginas nas coleções didáticas de ambas as ciências do mar analisadas nesta pesquisa. Na análise dos questionários, a percepção dos docentes sobre a residência deles e dos estudantes em uma área costeira gera tanto conexões com o Oceano quanto aumenta a importância do ensino do conteúdo. O resultado das análises também dialoga de forma muito próxima com os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) 14-Vida na água e 4-Educação de Qualidade, pois quase a totalidade dos participantes (92%) já ouviram falar destes objetivos, enquanto 33% já
ouviram falar nos serviços ecossistêmicos oferecidos pelo ecossistema marinho. Os
resultados corroboram com as perspectivas de uma educação ambiental para a sustentabilidade ancoradas no pensamento interdisciplinar, onde a Cultura Oceânica deve figurar de forma mais ampla entre os conteúdos educacionais. |
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