REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL UERGS

Cartografias da memória cosmopolítica Kaingang da retomada Kógūnh Mág, Canela/RS

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dc.contributor.advisor Hernandez, Aline Reis Calvo
dc.contributor.author Andrade Neto, Demétrio Ribeiro de
dc.date.accessioned 2025-12-19T14:21:01Z
dc.date.available 2025-12-19T14:21:01Z
dc.date.issued 2025
dc.date.submitted 2025
dc.identifier.uri https://repositorio.uergs.edu.br/xmlui/handle/123456789/3980
dc.description.abstract A colonização do Brasil instaurou profundas transformações territoriais, culturais e políticas que impactaram intensamente os povos indígenas, entre eles os Kaingang. Suas formas de organização social, línguas, práticas rituais e cosmopolíticas foram submetidas a processos contínuos de violência, deslocamento e apagamento. Esses processos fazem parte de um projeto colonial mais amplo, que exterminou diversos povos originários nas Américas durante e após a invasão europeia. No sul do Brasil, essa violência se reproduz na narrativa histórica dominante que insiste em representar os Kaingang como povos do passado, negando sua presença viva, ativa e politicamente organizada no presente. Tal narrativa contribui para a deslegitimação de suas identidades e reivindicações territoriais, reforçando estruturas coloniais que tentam restringir a memória e a continuidade de seus modos de vida. Assim, a luta pela terra é, ao mesmo tempo, uma luta pela memória política, pelo reconhecimento e pela continuidade das existências Kaingang. É nesse contexto que se situa a Aldeia Kógūnh Mág, localizada em um enclave territorial dentro da Floresta Nacional de Canela, unidade de conservação administrada pelo Estado. Desde 2008, a comunidade reivindica o reconhecimento desse território como tradicionalmente ocupado. Entretanto, para os Kaingang, o território não se limita ao registro fundiário: ele é espaço de relação entre humanos e não humanos, lugar de ancestralidade, transmissão de conhecimento, pertencimento e comunicação com outras dimensões do existir. Esta pesquisa surge como resposta a uma demanda direta da liderança da aldeia, que conduz um projeto político de “retorno ao cerne”, centrado na retomada territorial, na afirmação da memória política e na continuidade do modo de vida Kaingang. A investigação feita juntamente com o cacique, tem como objetivo contribuir para o monitoramento e o enfrentamento de mecanismos de apagamento da memória política da comunidade. Para isso, utiliza-se o gesto metodológico em memória política de Hernandez (2020) na escuta das narrativas daqueles que emergem das políticas marginais. Para através destas enunciações elaborar Cartografias da Memória Cosmopolítica da aldeia como ferramenta de inteligência territorial e estratégia de resistência, na proteção da memória, bem como na defesa do território e projeção de futuros possíveis. Os resultados identificaram fatores de ameaça como pressões externas de apagamento, disputas de narrativa e invisibilização, bem como elementos de resistência, como a retomada de práticas cosmológicas e a mobilização comunitária, onde fica evidente que sem memória política, não há Retomada.
dc.language.iso 251218s2025####bl#a###fr#####000#0#por#d
dc.subject Inteligência territorial
dc.subject Produção intelectual - Uergs
dc.subject Conflitos socioambientais
dc.title Cartografias da memória cosmopolítica Kaingang da retomada Kógūnh Mág, Canela/RS
dc.type Arquivo digital
local.contributor.advisor-co Salvador, Cacique Mauricio Ven Táinh
local.description.areasdoconhecimento D504
dc.description.additionalinformation O Produto Técnico desta dissertação foi catalogado separadamente com o título: "Manifesto de Retomada: um guia de volta ao Cerne " de Cacique Mauricio Ven Táinh Salvador; Aline Reis Calvo Hernandez e Demétrio Ribeiro de Andrade Neto.


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