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Conforme a população envelhece, aumenta a procura por instituição de longa permanência de idosos (ILPI) e historicamente, é fato que grande parte dessas instituições possui um perfil assistencialista, no qual prestar cuidados aos/às idosos/as se resume a
oferecer abrigo e alimentação. A participação social e a interação no fortalecimento de
vínculos entre pessoas de diferentes gerações propiciam a autonomia, independência,
participação, dignidade, assistência e autorrealização do idoso. O objetivo geral do
trabalho foi investigar o impacto provocado pelo convívio intergeracional sobre idosas
institucionalizadas e crianças. Estudo com abordagem qualitativa, de campo, realizado
em uma ILPI, com 15 idosas e duas crianças. O instrumento de coleta de dados foi a observação participante e sistemática registradas em um diário de campo. A pesquisa aconteceu de março a dezembro, uma vez por semana, e contemplou dois momentos, a observação da rotina das idosas e as intervenções propriamente ditas. No total foram realizadas quatro observações, vinte e cinco intervenções e reuniões com a orientadora da pesquisa para a avaliação e análise das intervenções. Identificou-se que as atividades que mais favoreceram o convívio intergeracional foram aquelas em que as crianças explicavam às idosas, como a pintura, o desenho, e os jogos de tabuleiro. Constatou-se que sentimentos de amizade, solidariedade para com as limitações, respeito às diferenças, confiança e apego foram construídos ao longo dos meses. As idosas pareceram mais autoconfiantes, seguras, abertas a novidades, e as práticas de intervenção intergeracional promoveram momentos de aprendizagem mútuos, afastando das crianças qualquer pensamento preconceituoso a respeito da velhice. Idosas e crianças fazem parte de grupos vulneráveis, possuem rotinas, horários e talvez esses pontos em comum as aproxime. O que se pode dizer é que o convívio intergeracional teve um impacto positivo sobre as idosas institucionalizadas e sobre as crianças. |
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