Resumo:
Ambientes marinhos vêm sendo contaminados por vazamentos de petróleo, caracterizados por catástrofes ambientais, e que causam danos irreparáveis ao ecossistema. Assim, diversos métodos de remediação estão sendo estudados, sendo a utilização de enzimas como lipases uma opção que contribui com a degradação de moléculas complexas do contaminante, convertendo-as em compostos menores de pouca ou nenhuma toxicidade. Para evitar a sua dispersão na área impactada, além de gerar outros benefícios, a imobilização das enzimas em suportes com capacidade de adsorção do petróleo se torna uma grande alternativa. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi a utilização de nanofibras de poliamida-6 (PA-6), que possuem poder de adsorção, como suporte de imobilização da enzima lipase, que é altamente específica na quebra de óleos, para o estudo da remoção de petróleo em regiões impactadas. O método de trabalho incluiu a eletrofiação de nanofibras poliméricas, a imobilização por adsorção de lipase de Thermomyces lanuginosus (LTL) comercial nas nanofibras, a medida da atividade de hidrólise enzimática, assim como caracterizações da superfície do sistema lipase-nanofibras. Os testes de degradação do petróleo foram realizados em triplicata em placas contendo água destilada ou água do mar, utilizando a LTL imobilizada em nanofibras de PA-6, a LTL livre ou apenas nanofibras de PA-6. O melhor resultado de imobilização média (64 ± 5%) foi obtido com a segunda menor concentração de enzima testada (47 U.L-1 .min-1 ), obtendo eficiência alta de 368%. Adicionando-se 40 U.L-1 .min-1 de lipase, o ensaio de degradação com a enzima imobilizada obteve redução de 54 ± 1% na massa de petróleo, seguida por 34 ± 1% de redução utilizando a enzima livre e 29 ± 0% utilizando apenas as nanofibras como adsorventes. Conclui-se que o método se mostrou eficaz, aliando um suporte adsorvente de nanofibras poliméricas de PA-6 com enzima lipolítica de T. lanuginosus imobilizada, o que comprovou a eficiência degradadora de petróleo em água doce e salgada