Os ostracodes são pequenos crustáceos amplamente estudados devido a suas diversas aplicações a paleoceanografia, paleolimnologia e bioestratigrafia, contribuindo para o conhecimento de diferentes ambientes aquáticos tanto no presente quanto no passado. Contudo, devido a sua ampla diversidade nem todos os gêneros são satisfatoriamente conhecidos em termos taxonômicos e paleoecológicos. O presente estudo tem como principal objetivo analisar o gênero Parakrithe, ainda pouco estudado ao longo da margem continental brasileira em um testemunho a pistão coletado na Bacia de Camamu, estado da Bahia, pela Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). Dados de isótopos estáveis de oxigênio, permitiram a caracterização de cinco estágios isotópicos marinhos (EIM) correspondentes a eventos glaciais e interglaciais. A análise desses dados possibilitou a identificação de quatro espécies do gênero: Parakrithe carmoi, Parakrithe securis sp. nov. (nomen nudum), Parakrithe normawuerdigae sp. nov. (nomen nudum) e Parakrithe sp. Análises de riqueza e abundância ao longo dos cinco EIM identificados demonstraram maiores valores ao longo do último interglacial (EIM 5).