Panorama do consumo e nível de conhecimento sobre alimentos orgânicos no município de Santana do Livramento

Abstract

A população brasileira além de não possuir o hábito de compra, desconhece ou entende muito pouco sobre produtos oriundos da agricultura orgânica. A demanda no consumo de produtos orgânicos parece não estar somente relacionada ao valor nutricional, mas também aos diversos significados que lhes são atribuídos pelos consumidores. Quem compra frutas, legumes e verduras orgânicas preocupa-se não somente com a segurança alimentar, mas ainda com a proteção da natureza, o desenvolvimento sustentável e uma auto realização através do comportamento de sentir-se parte de um processo de preservação do ambiente e colaboração com a qualidade de vida das famílias agricultoras. O objetivo da pesquisa foi avaliar o nível de conhecimento e de consumo da população do município de Santana do Livramento, RS, sobre os produtos oriundos da agricultura orgânica. Foram aplicados questionários remotos via Formulários do Google Forms, com perguntas de cunho qualitativo e quantitativo, tendo como público alvo diferentes grupos sociais, como estudantes do curso de graduação em Agronomia da Uergs, agricultores, população urbana em geral, profissionais da área de saúde e esportistas, totalizando 120 entrevistados. Concluiu-se que o perfil do consumidor de produtos orgânicos no município é predominantemente do gênero feminino, com idade entre 36 e 45 anos, com grau de escolaridade ensino superior incompleto e renda mensal entre 1 a 3 salários mínimos. O grupo formado pelos agricultores acertou sobre o conceito de alimento orgânico. Já os grupos formados pelos pecuaristas familiares, população urbana em geral e esportistas obtiveram 100% das respostas apontando que os orgânicos são importantes e que todos deveriam consumir. Dos entrevistados, 75% considera seu conhecimento como razoável, 12,5% como alto conhecimento, 11,6% como pouco conhecimento e 0,83% como nenhum conhecimento. A principal motivação para a compra desse tipo de alimento gira em torno da preocupação com a saúde, seguido pela ausência da aplicação de agrotóxicos. A maior dificuldade apontada pelos entrevistados foi o fator econômico, através do preço dos alimentos, seguido pelo local de compra, a oferta dos produtos e a variedade comercializada. Verificou-se que na média 60,83% da população entrevistada consome produtos orgânicos toda a semana, 18,33% consomem duas vezes por mês, 9,16% afirmou consumir uma vez por mês e 11,66% não consomem produtos orgânicos.