Resumo:
A engenharia tecidual utiliza técnicas para manipular materiais e culturas de células, buscando substituir/curar tecidos danificados usando materiais sintéticos ou biológicos. O uso de polímeros naturais na produção de estruturas usadas para estimular o desenvolvimento celular e a regeneração tecidual é uma estratégia promissora na medicina regenerativa. Dessa forma, buscou-se desenvolver scaffolds de polímeros naturais e sintéticos, sendo eles produzidos por eletrofiação e filme, avaliar sua influência na viabilidade de queratinócitos humanos entre essas duas formas de deposição do material e compará-los com alguns materiais sintéticos comercialmente disponíveis. Foram preparadas as seguintes soluções: 1% de quitosana em ácido acético 80%; 24% de policaprolactona (PCL) em ácido acético 80% e 1% de quitosana com 24% de PCL em ácido acético 80%. Os mesmos polímeros e solventes supracitados foram usados para eletrofiação; exceto com a quitosana, onde foi usado o 1,1,1,3,3,3-hexafluoro-2-propanol (HPF) como solvente. Os substitutos dérmicos utilizados neste projeto foram: IntegraTM, MatridermTM e PelnacTM. As células da linhagem de queratinócitosimortalizados (HaCat) foram semeadas a uma densidade de 50.000 células/poço, diretamente nas placas de cultura (TCPs) ou sobre os scaffolds. A viabilidade celular foi avaliada com base nos ensaios Cell Counting Kit-8 (CCK-8), Live/Dead e DAPI após cinco dias de cultivo. Os resultados da viabilidade por CCK-8 foram expressos como a média normalizada da absorbância em comparação com a TCPs (controle) e erro padrão. A comparação dos filmes mostrou que apenas o PCL 24% apresentou diferença estatística em relação ao controle (<0,05), mostrando uma diminuição na viabilidade celular. Comparando os scaffolds eletrofiados com o controle, nenhum grupo apresentou diferença estatística, indicando que a viabilidade celular foi mantida. Comparando substitutos dérmicos com o grupo controle, todos mostraram uma diminuição estatisticamente significativa na viabilidade celular. Isso significa que, apesar do sucesso dos materiais comercialmente disponíveis para auxiliar na cicatrização dérmica, eles diminuem a viabilidade dos queratinócitos in vitro.