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O chocolate é um dos alimentos mais populares e consumidos pelas pessoas de
todas as idades, pois proporciona uma experiência sensorial única, que tem relação
com os sabores e odores do produto. Entretanto, a mudança de hábitos alimentares
tem trazido com força a competitividade entre indústrias na busca de inovação,
também para o chocolate. A maioria das empresas têm como estratégia realizar um
processo de reformulação dos produtos, que consiste na retirada ou substituição
de componentes indesejáveis (açúcar, gordura, sódio, lactose, glúten),
amplificando a presença de outros substitutos mais desejáveis, tais como fibras,
vitaminas e compostos fenólicos. A inovação na área de alimentos é essencial para
se diferenciar dos concorrentes e se manter competitivo no mercado. Na busca do
desenvolvimento de novos produtos alimentares de sucesso, as empresas
precisam compreender a expectativa dos consumidores em relação ao novo
produto. Neste sentido, atributos não-sensoriais são muito importantes para
alimentos, uma vez que eles influenciam diretamente na intenção de compra e até
mesmo na aceitação sensorial de um alimento. As principais inovações percebidas
pelos consumidores e por especialistas na área não são encontradas na literatura
atualmente, bem como dados atuais sobre a percepção do consumidor sobre eles,
sendo necessários estudos atuais para essa avaliação. Este trabalho tem como
objetivos: avaliar as principais inovações percebidas pelos consumidores na área
de chocolates e relaciona-las com seu perfil sociodemográfico, assim como efetuar
um levantamento de quais inovações são percebidas pelos consumidores em
chocolates; posteriormente realizar teste estatístico para avaliar sua relação com
as inovações percebidas. A coleta de dados foi realizada via Google Forms, com
274 participantes, durante os meses de agosto e setembro de 2022 e teve como
incentivo para a coleta de dados, a solicitação de apontamento de uma inovação
para a área de chocolates que os voluntários tivessem visto recentemente.
Analisando o meio transversal e presumindo o ponto de vista de sua abordagem,
classificado como Quali-quantitativo. Todas as inovações mencionadas pelos
participantes foram consideradas para análise dos dados. A repetição de menção
das dimensões e categorias foram calculadas e expressas em contos de
frequência. A correlação entre as dimensões e categorias recorrentes pelos
voluntários com suas características sociodemográficas foi avaliada pelo teste quiquadrado de independência. Todas as análises estatísticas foram avaliadas
considerando 5% de significância. Os resultados mostram que a escolaridade, a
faixa salarial, a região onde a pessoa mora (sul, sudeste, centro-oeste, nordeste,
norte) e a frequência de compra de chocolates não estão relacionadas com a
frequência de citação de inovações em uma ou outra dimensão ou categorias
(p>0,05). O gênero dos participantes também não se mostrou relacionado com a
categoria citada (p>0,05), mas com a dimensão citada sim (p<0,05). Entretanto, os
dados demonstram que as mulheres citaram mais (p<0,05) inovações relacionadas
a questões de embalagens (tamanho, personificação e design) que homens. O
perfil sociodemográfico dos entrevistados não se mostrou influenciar na percepção
das inovações, a exceção do gênero, que os resultados mostraram que as
mulheres tiveram maior tendência de perceber inovações relacionadas com
embalagens, saudabilidade, sustentabilidade e questões sensoriais nos
chocolates. |
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