Resumo:
A partir de alguns conceitos norteadores, como representatividade e decolonialidade, pensamos o presente trabalho, que reflete acerca da importância do letramento literário em uma proposta pedagógica na Educação Infantil preocupada com a educação das relações étnico-raciais no Brasil, um país estruturalmente racista. Ademais, busca pensar a formação do leitor literário numa perspectiva identitária para a promoção de uma educação antirracista continuada. Os tempos atuais requerem discursos acerca da valorização da diversidade, buscando-se a apreciação do diverso, do que é múltiplo e plural. O trabalho reúne os seguintes aportes teóricos: Gomes (2008), Cosson (2012), Bordini e Aguiar (1993), Brasil (2004; 2017), Munanga (2005), Quijano (2005), entre outros. Quanto à metodologia, consiste em uma pesquisa bibliográfica e uma análise descritiva das seguintes obras literárias infantis: Amoras (2018), de Emicida, Ynari – a menina das cinco tranças (2010), de Ondjaki, Lápis Cor de Pele (2017), de Sueli Ferreira de Oliveira e Meu crespo é de rainha (2018), de bell hooks. Propõem-se também sugestões de atividades práticas com as obras, de acordo com o desenvolvimento escolar das crianças, a partir de critérios de qualidade, diversificação do material literário, continuidade e progressão do trabalho pedagógico. Conclui-se que esta pesquisa se torna relevante uma vez que segue as determinações da Lei 10.639/2003, que alude à obrigatoriedade do ensino da questão étnico-racial, temática que carece mais atenção na Educação Básica, desencadeando e propondo atender a questões presentes no ensino na Educação Infantil, oferecendo possibilidades por meio da literatura para um letramento étnico-racial efetivo e precoce.