Alfabetização das crianças na fase pré-escolar da etapa da educação infantil: existem controvérsias e polêmicas?

Abstract

Esse estudo objetivou compreender as concepções de educadoras de infâncias, frente a controvérsias e polêmicas sobre a alfabetização das crianças frequentadoras da fase pré-escolar, na etapa da Educação Infantil. Discorre sobre os direitos garantidos nos princípios constitucionais, visando compreender o papel da pré-escola, sobretudo, as intencionalidades pedagógicas voltadas ao desenvolvimento e aprendizagens das crianças nesse âmbito escolar. Nessa perspectiva, as reflexões se encontram pautadas nas legislações educacionais e diretrizes vigentes na Educação Infantil, possibilitando entendimentos das concepções de criança e infância, do cuidar e do educar, do desenvolvimento e aprendizagens, dentro dos direitos assegurados pelas prerrogativas políticas institucionalizadas. Na perspectiva de conceituar e refletir sobre a alfabetização, letramentos, espaços, tempos e práticas de experiências, autores pesquisadores que produziram e teorizam sobre a temática abordada, contribuíram para percorrer um universo de possibilidades que norteiam esse contexto e processo. Tecendo sobre as concepções de fazeres de práticas cotidianas foi realizado um estudo de campo, via questionário, com quatro Professoras e uma Supervisora que atuam em uma rede de ensino no município de Osório, estado do Rio Grande do Sul. Na metodologia optou-se pela abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, e, como método o estudo de caso. Percebeu-se que, nos conceitos que marcaram as respostas da professoras de que, não se alfabetiza, e nem há compromisso de alfabetizar na fase pré-escolar, com o propósito de escolarizar antecipadamente, mas que não se pode negar às crianças a leitura e escrita, ampliando suas linguagens, porém respeitando os tempos e espaços infantis, num processo de propostas nos eixos pedagógicas das interações e brincadeiras, que as estimulem a criar hipóteses, levando em conta os saberes, os interesses, o protagonismo infantil. Considera-se que, nesse processo, não significa que elas não se alfabetizem, mas espontaneamente.