Resumo:
A cultura da soja tem grande importância para o RS, mas a ocorrência de déficits
hídricos causa redução na produtividade e prejuízos para a economia, sendo a
utilização da irrigação suplementar uma estratégia para evitar este problema. Diante
disso, o objetivo deste trabalho foi estimar a necessidade de irrigação suplementar
para a cultura da soja e o desempenho agronômico de três cultivares semeadas em
duas épocas e dois regimes hídricos na Região Central do RS. Um experimento à
campo foi conduzido na safra 2021/22 na Estação Agronômica da Uergs, em
Cachoeira do Sul-RS, com delineamento experimental inteiramente casualizado, com
três repetições, em esquema fatorial (3x2x2), onde o fator A foi formado por três
cultivares de soja: BMX Raio IPRO, BMX Zeus IPRO e BMX Garra IPRO; o fator B foi
composto por dois regimes hídricos: irrigado e sequeiro e, o fator C foi constituído por
2 épocas de semeadura: safra (em 29 novembro de 2021) e safrinha (em 14 de janeiro
de 2022. A estimativa da necessidade de irrigação suplementar foi realizada através
do balanço hídrico, sendo a evapotranspiração de referência (ETo) calculada pelo
Método FAO - Penman-Monteith). Foram avaliados a alturas das plantas, o número
de vagens por planta, o número de grãos por vagem, a massa de mil grãos e a
produtividade de grãos. Os resultados indicaram a necessidade de 205 mm de
irrigação suplementar na safra e 120 mm na safrinha. A utilização da irrigação também
resultou em maiores alturas das plantas, número de vagens por planta e produtividade
de grãos. Na época de semeadura da safra, a adoção do regime hídrico irrigado
resultou em um acréscimo na produtividade de até 54,4 sc ha-1 ou de 190%, enquanto
que, na safrinha, o incremento foi de até 15,23 sc ha-1 ou 60 %. Assim, a utilização da
irrigação suplementar mostrou-se uma excelente ferramenta para incrementar a
produtividade da cultura da soja.