Resumo:
A soja (Glicine max) tem grande importância na alimentação humana e animal, como uma das maiores fontes de proteína. O Brasil se destaca como grande produtor mundial deste grão. A maior parte produzida consiste em soja transgênica, mas a produção de soja orgânica vem ganhando espaço entre os produtores. No sentido de fornecer fósforo para a soja cultivada em sistemas orgânicos, fontes alternativas deste nutriente são necessárias. Os solos do Brasil são, geralmente deficientes em fósforo, pois este tem facilidade em ligar-se aos coloides o solo, ficando indisponível para as plantas. Além de fontes de fósforo, processos biológicos que solubilizam o fosfato e o tornam disponível já estão em uso na agricultura. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta da cultura da soja orgânica a diferentes fontes de adubação fosfatada, combinadas com inoculação e sem inoculação com produto comercial a base de bactérias solubilizadoras de fosfato. Foi realizado um experimento de campo na Estação Agronômica da Uergs em Cachoeira do Sul, com soja da variedade BRS 511 sob manejo orgânico, em delineamento blocos ao acaso, bifatorial com 4 repetições. Os tratamentos consistiram na combinação entre cinco fontes de fósforo (cama de aviário, termofosfato, fosfato natural, uperfosfato triplo e, tratamento testemunha, sem adubação fosfatada) e inoculação e não incoculação com produto comercial a base de bactérias solubilizadoras de fosfato. Foram avaliados, os componentes do rendimento de soja, os teores de fósforo disponível no solo, e o teor no grão. Não se observou diferenças na produtividade de solo em função das fontes de fósforo, entretanto, a inoculação com o produto microbiano, proporcionou incrementos de produtividade. A inoculação também acarretou maior disponibilidade de fósforo no solo e maior concentração nos grãos. Com isso, percebe-se que mesmo em safras severamente afetada por estiagem o uso de bactérias solubilizadoras de fosfato consiste em importante prática no manejo orgânico de soja.