As briófitas são plantas diminutas avasculares importantes como bioindicadoras das condições ambientais. A família Sphagnaceae se destaca devido a ocorrência de espécies com características histológicas peculiares, que garantem grande capacidade de absorção de água e, consequentemente, solutos. Assim, seu potencial como fitorremediadoras também vem sendo estudado. O uso da biomassa seca do musgo Sphagnum perichaetiale Hampe (Sphagnaceae, Bryophyta) tem se apresentado como uma possibilidade simples, eficiente e sustentável para a produção de filtros fitorremediadores de uso doméstico e industrial. Porém, a extração de espécimes de seu habitat natural para este fim não é recomendada, visto que pode impactar negativamente as populações, causando seu declínio. Dessa forma, é primordial o desenvolvimento de protocolos de cultivo de S. perichaetiale para produção de biomassa seca, possibilitando seu uso em larga escala. Este estudo visou identificar as condições ótimas de cultivo em ambiente interno, mas sob luz difusa natural, do S. perichaetiale. Foi conduzido um experimento utilizando diferentes combinações de substratos de cultivo e níveis de pH, sendo realizadas análises de crescimento e micromorfométricas para avaliar quais condições são mais favoráveis para o cultivo. Verificou-se que o substrato de cultivo 'cascalho' propiciou maior incremento da taxa de crescimento absoluto da área de cobertura, em comparação aos demais substratos. O pH, por sua vez, não apresentou efeito significativo sobre o cultivo, nas condições utilizadas. Esse estudo é fundamental para preencher lacunas no conhecimento sobre o cultivo de S. perichaetiale, explorando seu potencial na produção sustentável de biomassa fresca com aplicações em fitorremediação e outros processos biotecnológicos.