Atualmente tem se discutido sobre mercados agroalimentares que estão sendo acessado por agricultores (as) familiares. Entretanto, existem poucas pesquisas sobre mercados acessados em comunidades quilombolas. Nesse contexto, busquei entender os desafios enfrentados por moradores (as) da Comunidade Quilombola Ibicuí da Armada no acesso aos mercados agroalimentares em Santana do Livramento/RS. Para alcançar esse objetivo, optei pelo Método do Estudo de Caso. Como ferramentas de pesquisa, foram realizadas vinte entrevistas
com auxílio de um questionário. Também utilizei registros fotográficos. Através das informações coletadas foi possível identificar as dificuldades que as famílias dessa comunidade quilombola têm enfrentado para comercializar o que produzem nas
propriedades e que não é destinado para o autoconsumo. Existem sérios problemas
de infraestrutura que prejudicam a produção e comercialização, sendo a falta de terra o maior deles. A falta de máquinas e equipamentos, além da péssima condição em que costuma estar a estrada não pavimentada que dá acesso à comunidade
também são problemas a serem resolvidos. Muitas pessoas precisam trabalhar nas propriedades do entorno para aumentar a renda familiar. A venda da produção acontece de maneira informal, através das relações de confiança entre vizinhos e
por atravessadores. Falta apoio técnico e incentivo de políticas públicas adequadas
a esse público e que efetivamente cheguem ao local para ampliar a possibilidades de mercados, passando a acessar mercados institucionais e ampliando e qualificando o acesso a mercados de proximidade. Concluo que é necessário
investir no acesso a mercados agroalimentares nessa e em outras comunidades
quilombolas no RS. Ao diversificar os canais acessados, aumenta-se a autonomia
das famílias, promovendo o bem viver e bem conviver nesses territórios.