Implicações da lei de proteção da vegetação nativa nas áreas de preservação permanente hídricas: estudo de caso na bacia hidrográfica do Taquari-Antas/RS
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Implicações da lei de proteção da vegetação nativa nas áreas de preservação permanente hídricas: estudo de caso na bacia hidrográfica do Taquari-Antas/RS
A Lei de Proteção da Vegetação Nativa (LPVN) veio com a promessa de unir
proteção ambiental e desenvolvimento sustentável e, dentre as suas principais
alterações, estão as mudanças no cômputo das áreas de preservação permanente
hídricas (APP’H). O objetivo geral da pesquisa foi diagnosticar a situação das APP’H
da Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas, em atendimento às regras geral e
transitória, com base nos dados extraídos do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e
estimativas geradas a partir do mapeamento da Fundação Brasileira para o
Desenvolvimento Sustentável (FBDS), considerando para tanto o perfil fundiário dos
imóveis rurais. O estudo foi realizado através de pesquisa exploratória e descritiva
de abordagem quantitativa, com coleta e análise de dados espaciais. Dados públicos
extraídos do CAR referentes às APP’H indicaram um grau de conservação de 56,9%
na Bacia, além de uma redução de 45.114 hectares e um déficit de 15.933 hectares.
Os dados declarados no CAR foram comparados com estimativas geradas a partir
do mapeamento elaborado pela FBDS e revelaram quase 40.000 hectares a menos
de APP’H em atendimento à regra geral da LPVN e aproximadamente 45.000
hectares se considerada a regra transitória. Ainda, apoiado no mapeamento da
FBDS, foi estimado que 65,1% das APP’H estão conservadas e que os mecanismos
de anistia da LPVN reduziram o passivo de APP’H em 39.620 hectares. Mesmo
assim, a Bacia Taquari-Antas ainda possui um déficit de vegetação nativa em APP’H
de 23.776 hectares. As estimativas geradas indicam que o quantitativo de área a ser
recuperada (déficit) é diretamente proporcional ao tamanho da classe do imóvel,
enquanto a redução da APP’H é inversamente proporcional. Como resultado,
conclui-se, que embora o CAR tenha o objetivo de auxiliar na gestão ambiental da
propriedade rural, as informações nele armazenadas ainda carecem de
confiabilidade. Além disso, priorizar a análise do CAR dos maiores imóveis como
estratégia de gestão pode acelerar o processo de regularização ambiental das
propriedades rurais.