O grande desafio para a produção de álcool de segunda geração (Álcool 2G) é encontrar fontes de materiais lignocelulósicos com potencial produtivo e ainda baratos. O objetivo foi avaliar o rendimento teórico de álcool 2G a partir da biomassa seca de plantas de cobertura do solo. Neste estudo foram utilizadas seis as espécies mais representativas de primavera/verão: mucuna cinza (Mucuna pruriens), feijão de porco (Canavalia ensiformis), crotalária espectábilis (Crotalaria spectabilis), crotalária juncea (Crotalaria juncea), guandu anão (Cajanus cajan) e milheto (Pennisetum glaucum). A produção de matéria seca, a composição química dos resíduos culturais e os posteriores rendimentos em hidrólise e fermentação foram obtidos através de cálculos utilizando-se dados de literatura. Foram testados diferentes cenários de remoção/utilização da biomassa produzida pelas espécies: 1) 100%, 2) 75%, 3) 50% e 4) 25%. O rendimento de álcool variou de 2.121, média das culturas mucuna cinza, feijão de porco e crotalália spectabilis a 8.876 litros/ha para a cultura do milheto. Com a utilização de apenas 25% da biomassa seca do milheto é possível produzir 2.219 litros de álcool por hectare e, por outro lado, somente 418 litros com a cultura da mucuna cinza. A cultura do milheto apresenta, dentre as espécies estudadas, o maior rendimento de álcool 2G por hectare com 8.876 litros e a cultura do guandu anão e crotalária juncea, entre as Fabaceae com 4.609 e 4.128 litros, respectivamente. As culturas do milheto e guandu anão, com utilização de 75% e 50% da biomassa para produção de álcool, respectivamente, ainda restaria no solo acima de 5 ton/ha de matéria seca para ambas as culturas, assim mostrando-se espécies potenciais para produção de álcool 2G e proteção de solo.