Resumo:
A presente pesquisa “a construção da autonomia na educação infantil: uma análise dos documentos curriculares nacionais a partir da concepção interacionista" objetivou verificar e analisar se os documentos curriculares nacionais, que norteiam a construção das propostas curriculares e pedagógicas das escolas infantis, incorporam e explicitam orientações relacionadas à construção da autonomia na criança. Juntamente, como objetivos específicos pretendeu verificar nos documentos do campo curricular, os fundamentos norteadores que priorizam princípios, direitos de aprendizagem e desenvolvimento e competências relacionadas ao desenvolvimento da autonomia na criança; compreender o conceito e o processo de construção da autonomia na criança, a partir das concepções interacionistas de Piaget e Vygotsky; analisar as orientações relacionadas à construção e o desenvolvimento da autonomia na criança estabelecendo vínculos entre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, a Base Nacional Comum Curricular e as concepções teóricas interacionistas. Metodologicamente, a pesquisa insere-se em uma abordagem qualitativa de investigação, tendo como delineamento, a pesquisa documental, mais especificamente as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e a Base Nacional Comum Curricular. A sustentação teórica da pesquisa foi encontrada em Piaget (1994; 2011), Vygotsky (1991), La Taille (2019), Legislação Educacional Brasileira (BRASIL, 1996; 1998; 2009; 2018) e em outros teóricos, estudiosos das teorias interacionistas, de igual importância. Os resultados encontrados permitiram concluir que tanto as DCNEI, quanto a BNCC, incorporam e explicitam nos seus textos, orientações relacionadas à construção da autonomia estando diluídas na décima competência geral, nos princípios éticos, nos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento e em conceitos, expressando assim, uma formação fundamentada na integralidade do ser humano. Conclui-se que cabe à Educação Infantil desenvolver a passagem da criança, de um estado de anomia para o estado de heteronomia, no sentido piagetiano e, no sentido vygotskiano, agir por conta própria. Cabe ao professor, o papel de mediador no processo de desenvolvimento pleno da criança e cabe a escola, desenvolver a autonomia enquanto fim da educação. É através do trabalho cooperativo, da relação de respeito entre alunos e professor, da compreensão do sujeito/aluno como construtor de seu conhecimento, que se pode desenvolver a autonomia.