Resumo:
[Introdução] Atualmente o brasil se destaca como o maior produtor de soja no mundo, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento CONAB (2021), na safra 2020/21 o Brasil ultrapassou os Estados Unidos com uma produção de 135,409 milhões de toneladas, com uma produtividade média de 3.517 kg/ha em todo o território nacional, uma produtividade superior comparada à dos estados Unidos que foi apenas de 3.379 kg/ha. As doenças da soja estão entre os fatores que mais reduzem a produtividade da cultura e contribuem para o aumento dos custos de produção. Cerca de 15 a 20% das reduções anuais de produção da cultura tem as doenças como origem (MARIO, 2019). Dentre as doenças mais comuns temos a mancha púrpura (Cercospora kikuchii), ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), mancha alvo (Corynespora cassiicola) e mancha parda (Septoria glycines) que atacam as folhas, os legumes e os grãos da cultura da soja. Assim como a mancha parda o crestamento foliar de cercospora está disseminado por todas as regiões produtoras de soja do país, porém o crestamento foliar é mais sério nas regiões mais quentes e chuvosas do cerrado (KIMARI et al, 1997). De acordo com HENNING A. A. et al. (2014) os sintomas do crestamento foliar são caracterizados como pontuações escuras de cor castanho avermelhado e com bordas difusas que posteriormente formam grandes manchas escuras que podem causar desfolha, já nas vagens essa doença causa manchas avermelhadas que atingem a semente deixando-a com uma coloração púrpura. A mancha-alvo assim como outras doenças também podem causar danos significativos para as plantas. Estima-se que para haver redução significativa na produtividade em função do ataque desta doença, deve haver em torno de 25 a 30% de severidade nas plantas de soja (GRIGOLLI, 2016). Os sintomas típicos da doença são observados nas folhas, iniciando por pontuações pardas, com halo amarelado e evoluindo para manchas circulares, de coloração castanho-clara a castanho-escuro (GODOY, 2020). Dentre as doenças mais prejudiciais da soja a Ferrugem asiática é a que causa mais dano, essa doença é causado pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e aparece em qualquer estádio de desenvolvimento da cultura. Plantas severamente infectadas apresentam desfolha precoce, que compromete a formação, o enchimento das vagens e o peso final do grão (GRIGOLLI, 2016). Para o controle de forma efetiva das doença na cultura da soja é necessário o uso de fungicidas. Fungicidas são produtos químicos capazes de prevenir infecção de tecido de plantas vivas, por fungos fitopatogênicos (GARCIA,1999). Os fungicidas podem também ser classificados de acordo com seu espectro de ação podendo ser sítios específicos ou multissítios. Fungicidas sítio-específicos são ativos contra um único ponto da via metabólica de um patógeno ou contra uma única enzima ou proteína necessária para o fungo (GODOY, 2018). Fungicidas multissítios afetam diferentes pontos metabólicos do fungo e apresentam baixo risco de resistência, tendo um papel importante no manejo antirresistência para os fungicidas sítioespecíficos (MCGRATH, 2004). Em razão do aumento de populações de fungos menos sensíveis a fungicidas sítios específicos já observados em lavouras comerciais de soja, a avaliação da eficiência de produtos com diferentes modos de ação e a associação a fungicidas multissítios é essencial para aumentar as opções de controle de doenças (VIEIRA et al, 2018). Neste contexto, esse trabalho tem por objetivo avaliar a eficiência de diferentes programas de controle de doenças da soja.
