Resumo:
[Introdução] O Brasil é o maior produtor mundial de soja (Glicine max L. Merrill) e a sua
comercialização exerce grande importância econômica tanto para o abastecimento nacional
quanto para exportação. A cultura na safra 2020/2021, apresentou crescimento de 4,3% em
comparação à safra anterior, atingindo 38,5 milhões de hectares, obtendo uma produção de 136
milhões de toneladas, representando incremento de 8,9% em comparação à safra passada
(CONAB, 2021).
Com uma estimativa para a safra de 2021/2022, a área de soja deverá apresentar
crescimento de 2,5% tendo 39,9 milhões de hectares. A produção deverá apresentar incremento
de 2,5% em relação à safra que se encerrou, atingindo 140,7 milhões de toneladas (CONAB,
2021). A associação simbiótica entre as raízes da soja e as bactérias do gênero Bradyrhizobium
contribui com todo o nitrogênio que a soja necessita para produtividade média de
aproximadamente 3.600 kg/ha, além de proporcionar valores entre 20 e 30 kg/ha de nitrogênio
para a cultura em sucessão (GITTI, 2015).
No Brasil, a fixação biológica do nitrogênio (FBN) em soja é um dos exemplos de maior
sucesso, uma vez que a utilização de inoculantes com Bradyrhizobium possibilita economia
anual aproximada de US$ 3 bilhões em fertilizantes nitrogenados (FAGAN et al., 2007). Dentre
as tecnologias de inoculantes para a soja, a mais difundida é o inoculante turfoso, ele aumenta
a viabilidade das células pela proteção física da turfa, porém, necessita ser misturado a uma
solução açucarada (RONSANI et al., 2013).
O inoculante é um insumo barato, mas muitos agricultores reclamam que o processo da
inoculação é laborioso. Porém, então pairar dúvidas sobre as vantagens da reinoculação da soja
nos casos de incrementos no rendimento ao redor de 4,5%. Os retornos econômicos obtidos
pela reinoculação podem ser muito importantes para o agricultor. Em um ensaio conduzidos
em Ponta Grossa, PR na safra 1998/99, a reinoculação resultou em um incremento de 498 kg
de grãos de soja/ha (HUNGRIA et al., 2001).
Para obtenção de elevadas produtividades de grãos de soja, e em função da demanda em
nitrogênio (N) da cultura, a fixação biológica de N deve funcionar com a máxima eficiência
(GALINDO et al., 2018). Uma preocupação é que, entre os produtores que adotam a inoculação
anual ou a coinoculação, nem sempre são adotadas as boas práticas de inoculação, entre os
motivos alegados pelos produtores que não fizeram uso da tecnologia, destacam-se: falta de
praticidade, temor em perder a garantia do tratamento industrial de sementes, tempo exigido
para proceder à inoculação (NOGUEIRA et al., 2018). Dentre os principais relatos de uso
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inadequado estão: aplicação do inoculante na mesma operação junto com produtos químicos
para o tratamento de sementes, conhecido como “sopão”; aplicação de inoculante turfoso
diretamente na caixa de sementes e sem adesivo, o que resulta em má uniformidade de aplicação
e perda do inoculante, que não fica aderido às sementes e acumula no fundo da caixa
(NOGUEIRA et al., 2018).
Diante do exposto, esse trabalho busca estudar a utilização de diferentes formulações de
inoculantes com Bradyrhizobium, observando as boas práticas de inoculação, sobre parâmetros
de desenvolvimento da cultura da soja.