Este estudo apresenta uma análise comparativa, em nível intersemiótico, entre as obras Fahrenheit 451 (1966), filme dirigido por François Truffaut – adaptado do romance homônimo (1953), de Ray Bradbury, e o romance Dom Quixote de La Mancha (1605/1615), do escritor espanhol Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616), considerando-se as marcas intertextuais no filme e na obra espanhola e com estratégia para leitura no Ensino Médio.
Como aporte teórico, fez-se uso do conceito de intertextualidade em Genette (2006) e Kristeva (1974), a fim de se verificar a presença de intertexto em uma cena do filme na queima de livros, sendo o primeiro o de Cervantes, na compreensão do seu impacto a partir da
concepção de Benjamin (1984) sobre alegoria; Eco (2015) e Stam (2006) em sua interpretação. Como intersecção do romance ao filme foram abordados os acontecimentos da obra de Cervantes presentes no capítulo VI, Do curioso e grande expurgo que o padre-cura e o barbeiro fizeram na livraria do nosso engenhoso fidalgo, em que mostra a presença secreta do perigo que representa o livro e seu leitor. Para a prática para ação de leitura e valorização docente, apresenta-se uma sequência didático-pedagógica de aplicação como estratégia de leitura para formação de leitores do Ensino Médio.