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Os discursos sobre a presença da Música na escola mudaram desde a LDB 9.496 de 1996 (BRASIL, 1996), com legislação que alterou a sua forma de estar no espaço escolar, a nomenclatura e estabeleceu diretrizes curriculares. Com o passar dos anos, foi-se agregando novos dispositivos que regulavam a Música e seus sujeitos dentro do sistema escolar. Este trabalho propõe-se a dar visibilidade aos processos de produção dos saberes dessa legislação, principalmente a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), sobre o que, como, onde e quando a Música está na escola, o que se espera dela e de seus sujeitos enquanto área de conhecimento dentro de um sistema escolar. Ainda, quais são os saberes que domina, quais os discursos que produz, e quais os poderes que a colocam e legitimam neste ambiente, bem como porquê eles também a mantém dentro das condições estabelecidas. Neste olhar embaixo, surgem os sujeitos da Música na escola, que fazem parte da engrenagem destes processos e formam-se a partir dessas normatizações. Na primeira parte, realizou-se um estudo inspirado na genealogia de Foucault sobre as políticas educacionais, seus discursos e produção de saberes. Na segunda parte, buscou-se ouvir os professores de Música, os sujeitos que estão na escola, para saber como se relacionam com esses saberes e poderes. Ao ouvir essas vozes, os seus processos e afetos, elas surgem a partir dos discursos e são capazes de provocar reflexões sobre a prática de si, sobre os modos de fazer a Música da escola algo além do que é oferecido nos currículos. Assim, percebe-se que as políticas públicas referentes à presença da Música no contexto escolar tem uma grande relação com a subjetivação e as formas de ser e estar na escola, tanto dos sujeitos, quanto a própria música em si. |
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