Resumo:
A utilização de plantas de cobertura, em especial as de verão, são pouco utilizadas por competirem com as culturas de importância econômica, entretanto, as janelas entressafras são excelentes oportunidades para implantá-las, e assim, aumentar a diversidade do agroecossistema. O objetivo foi avaliar o uso de plantas de cobertura de solo na entressafra milho-trigo no noroeste do Rio Grande do Sul. Para isso, utilizou-se crotalária, mucuna-cinza, feijão-de-porco, tremoço, trigo-mourisco, milheto, consórcio de milheto e crotalária (50%) e pousio (testemunha). As espécies foram semeadas manualmente após a colheita do milho safra com 0,45 m de espaçamento entre linhas, dispostas em blocos ao acaso. A taxa de cobertura do solo foi analisada aos 30, 45, 60, 75 e 90 dias após a semeadura. A matéria seca foi determinada na plena floração de cada cultura, sendo separados em talos/colmos e folhas, secos a 65ºC. A incidência de plantas espontâneas foi realizada no momento de plena floração. Os acúmulos de nutrientes e carbono foram obtidos por estimativa. No período entressafra o milheto, consórcio de milheto + crotalária, mucuna-cinza e feijão-de-porco apresentam maior eficiência de cobertura do solo, ambos atingindo 100% de cobertura de solo. Os maiores acúmulos de matéria seca foram do milheto (11204 kg.ha-1) e do consórcio (9291 kg.ha-1). O consórcio, apresentou relação C/N intermediária (26) e teores satisfatórios de nutrientes na biomassa, obteve o maior acúmulo de N com 164,9 kg/ha. As culturas mais eficientes para a supressão de plantas espontâneas foram o milheto, o consórcio e a mucuna-cinza. A crotalária apresentou baixo desempenho não sendo recomendada para cultivo solteiro na entressafra milho-trigo.
