Resumo:
Esta monografia tem como tema as representações femininas na Revista Infantil Cacique: um comparativo entre os anos de 1954 (início) e 1963 (término), uma vez que a reflexão sobre este tópico é importante para a compreensão dos elementos sociais e culturais que compõem o “ser feminino” e, assim, também poder contribuir para a erradicação de toda e qualquer violência de gênero. Analisou-se de que maneira as representações femininas são apresentadas nesta Revista. Para isso, foi realizado um percurso histórico do periódico enquanto ferramenta conectada com a história da educação. A imagem feminina nas décadas de 50 e 60 é analisada a partir de revistas femininas da época. Também discorre sobre a literatura infantil e a concepção de criança, além da importância da linguagem na construção social do gênero. Também observamos como as diferenças se constituem entre homens e mulheres, ou mulheres brancas e mulheres negras. Como processo metodológico, foi realizada a análise de textos e imagens da Revista Cacique em que se examina e se compreende o seu impacto social e cultural em leitores a partir das suas várias representações, como em vestimentas, comportamento, brincadeiras, sobre o que é ser menina, adolescente e mulher. Para a análise de dados, o corpus de análise constitui-se de cinco revistas publicadas em 1954 e uma em 1963, como observação sobre a representação do feminino, em sua permanência ou modificação. Como método científico, este estudo é de abordagem qualitativa e de tipo de pesquisa exploratória e bibliográfica; para a interpretação dos dados, foi feita a análise de conteúdo de linha francesa (BARDIN, 2016) e a análise do discurso (ORLANDI, 2012), também estas como aporte teórico. Como resultados, foi possível perceber que a Revista Cacique, enquanto instrumento para a aquisição de conhecimento, contribuiu para a construção social dos estereótipos de gênero, atribuindo características e atitudes diferentes esperadas para meninos e para meninas. Também, que o discurso sociocultural existente nas representações de figuras femininas são, geralmente, unidimensionais, evidenciando papéis de gênero e a construção de modelos de comportamento.