Resumo:
Com o surgimento de tecnologias digitais, as crianças foram perdendo o hábito de brincar nas ruas, na natureza, se movimentando e usando a imaginação para criar brincadeiras. Não só o avanço tecnológico mudou a rotina desse público, mas também a pandemia de COVID-19 impediu por muito tempo a interação social, levando-o a ficar mais isolado dentro de casa. Nesse cenário, compreende-se essa mudança de comportamento e a preferência por brinquedos tecnológicos, como a assistência a filmes. Mediante o exposto, o objeto de pesquisa deste trabalho é o filme de desenho animado “A fera do Mar-2022”, de Chris Williams, com o propósito de analisar situações de letramento, envolvendo as personagens e a importância do entretenimento de qualidade. O foco é a protagonista Maisie, uma leitora apaixonada pelas histórias, mas que não se acomoda no mundo da fantasia e imaginação. Ela faz uma análise reflexiva entre a narrativa que leu nos livros do orfanato onde mora e o que de fato acontece com os caçadores de feras marítimas. No percurso, ela se torna uma criança pensante e crítica, inconformada com a situação em que se encontra. O hábito de ler, como função social, transforma não apenas a ela, mas o meio social no qual está inserida. A metodologia foi de caráter bibliográfico e descritivo, com análise qualitativa, apoiada no enfoque do Letramento de Percurso (SILVA, 2021) e de suas possíveis modalizações: a) dialógicas; b) intervencionistas; c) viscerais; d) identitárias.