Este artigo tem como tema a leitura na infância e objetiva compreender se o contato de crianças dentro do Transtorno do Espectro Autista com esta prática pode contribuir para a sua inserção social, haja vista que dentre os déficits ocasionados pelo autismo estão a dificuldade de interação e comunicação com os pares e o meio. A partir de um levantamento bibliográfico com objetivo exploratório, foram utilizadas produções de teóricos das áreas da educação e psicologia e autores contemporâneos da área das letras para explorar as principais premissas que tangem o conceito de leitura, letramento literário e seu papel social. Também, buscou-se explorar por meio de textos de divulgação científica as nuances que caracterizam o Transtorno do Espectro Autista e elucidar questões relacionadas ao desenvolvimento cerebral infantil durante a primeira infância. A partir disso e com a análise de um relato de experiência de mediação de leitura com crianças TEA, compreendemos que a leitura possui potente contribuição na inserção social destas crianças quando executada de modo a considerar as particularidades dos leitores e ao valer-se de estratégias centradas no diálogo com recursos alternativos de comunicação e nas experiências sociais de seus interlocutores. Do mesmo modo, a leitura inserida como parte do brincar da criança é o que possibilita que essa prática insira de forma leve e respeitosa a interação da criança TEA com meio e com seus pares.