Hoje a grande questão a ser debatida no campo é a permanência dos jovens, para que ocorra a sucessão e o não envelhecimento rural, por isso o incentivo ao jovem é essencialmente necessário. Nesse sentido, essa monografia tem como objetivo geral relacionar os projetos de vida de jovens assentados/as da reforma agrária da geração atual e da geração da década de 1990 em Santana do Livramento/RS para entender as mudanças ocorridas na reprodução social desse grupo nesse período. De forma específica, busquei entender os motivos que fizeram ou fazem com que esses/as jovens abandonem a vida no campo para tentar a vida na zona urbana, principalmente em grandes cidades. Também quis compreender o que favoreceu e favorece a permanência de jovens nesse contexto e entender especialmente a influência dos aspectos sociais nos projetos de vida desses/as jovens do campo. O estudo foi realizado no assentamento Cerro dos Munhoz, Santana do Livramento. Foram realizadas onze entrevistas com jovens rurais, sendo seis da geração atual e cinco da década de 1990. Foram utilizados quatro roteiros de questões para dar apoio às entrevistas. A monografia trata dos motivos que levaram esses/as jovens a permanecer ou sair do campo, visando relatar as dificuldades encontradas por jovens rurais, sendo que muitos, mesmo que ainda permanecendo encontram dificuldades de viver e construir suas próprias vidas, se tornando independentes. Entendo que as dificuldades estruturais sentidas pelos/as jovens da década de 1990 eram mais fortes que as vivenciadas pelos/as jovens da geração atual. Entretanto, o desejo de autonomia e a mobilidade são questões, entre outras, que continuam influenciando fortemente na construção de projetos de vida.