A pesquisa bibliográfica e documental teve o objetivo de compreender quando e como inicia o processo comunicativo dos bebês e como acontecem as interações nas situações lúdicas ou em contextos formais ou informais, entre coetâneos e com os adultos. A partir da compreensão do valor das creches para o cuidar e educar as crianças desde a primeira infância, assumiu-se um conceito de criança ativa e capaz, reconhecendo seus direitos e com isso, estudou-se o espaço como terceiro educador, os territórios de interações, segundo Malaguzzi, na perspectiva das escolas públicas italianas de Reggio Emillia e as significações da comunicação entre os bebês e com adultos. Na perspectiva da Rede de Significações (RedSig) desenvolvida pela pesquisadora Rossetti-Ferreira, o olhar sobre os bebês na convivência coletiva da creche, ultrapassa a visão diádica da relação do bebê com o adulto. Concluiu-se que a visão adultocêntrica de situação interativa e de situação lúdica foi alterada a partir de dados divulgados por pesquisadores debruçados sobre o tema. A organização dos espaços das creches é fundamental para favorecer as interações e está vinculada ao conceito de infância e criança rica, participativa, co-criadora. As interações entre coetâneos acontecem desde cedo por gestos, olhares e sons. Nelas podem acontecer três princípios de sociabilidade constituídos através de processos de regulação, co-regulação e correlação: a orientação da atenção, o compartilhamento de significados e a persistência de significados. Compreendeu-se que a capacidade comunicativa dos bebês é potencialidade a ser acolhida e estimulada.