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A presente dissertação expõe uma pesquisa que se propôs a analisar a Educação de Surdos produzida a partir de uma matriz inclusiva, em uma escola pública de Educação Básica do município de Osório/RS. O estudo parte de uma revisão de literatura sob os descritores “Educação de Surdos”, “subjetivação”, “governamento”, "governamentalidade” e “in/exclusão”. Elenca um marco histórico da Educação de Surdos, além de apresentar regulamentos legais sobre o tema. Com a contribuição de estudos sobre a Educação de Surdos, discute concepções sobre o surdo e surdez no contexto de uma produção histórica, mobilizada por poderes e saberes que dirigem as condutas dos sujeitos surdos, produzindo subjetividades alinhadas a demandas políticas e mercadológicas. Esses mesmos estudos contribuem para constituir olhares mais abertos sensíveis para os sujeitos surdos e a problematizar práticas que marcaram suas trajetórias, com vistas a normalizações ou exclusões. Para tanto, é pertinente a inspiração em noções conceituais como governamentalidade, governamento, subjetivação e in/exclusão. A metodologia é de cunho qualitativo, do tipo estudo de caso, e as informações foram obtidas por meio de entrevista semiestruturada, a partir de roteiro e diário de campo. Participaram da entrevista profissionais da educação que atuam em uma escola de Educação Básica do município de Osório/RS, sob o nome fictício de Escola Campestre, como a diretora, vice-diretora e a profissional Tradutora-Intérprete de Língua de Sinais (TILS). Participou ainda a mãe de um estudante surdo egresso da escola em questão. O exercício analítico permitiu elencar três eixos: O olhar da Gestão Escolar: experiências com alunos surdos; A mediação do profissional TILS na escola; e “Era uma inclusão que excluía”: a percepção familiar. A partir do estudo, foi possível considerar que há muitos tensionamentos que perpassam a Educação de Surdos nos estudos e pesquisas que embasam esta dissertação e que também abarcam o contexto de estudo da escola referenciada. Dentre os pontos está o discurso da inclusão, que adentra a escola como um imperativo e promove governamentos capazes de minimizar a cultura surda em detrimento a um acento normalizador, referenciado na perspectiva ouvintista, promovendo práticas de in/exclusão constantemente. Por outro lado, as discussões contribuem para problematizar essa lógica e fortalecer a escola como um espaço de elevação da Educação de Surdos, por meio de processos de subjetivação que nos convocam a viver as experiências com o outro, ao invés de definir suas condutas. Convocam-nos a valorizar a comunidade surda e suas demandas culturais e identitárias, quando se assume o compromisso de promover um ambiente bilíngue, com a comunicação por meio da Língua de Sinais. |
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