Resumo:
A soja é uma cultura importante para o Brasil, entretanto, são diversas as doenças que acometem e dificultam a obtenção de elevados níveis de produtividade como a Sclerotinia sclerotiorum que é o agente causal da doença do mofo branco,
inviabilizando a área para o cultivo dessa leguminosa e de outras espécies durante um longo período. No Brasil, um dos principais agentes de controle biológico é o fungo Trichoderma spp., pela sua ampla adaptação às condições ambientais do país e pela grande variabilidade e especificidade de controle de doenças. Os fatores que favorecem o desenvolvimento desta doença são: temperaturas entre 18-25oC; molhamento foliar de 7 a 26 horas; rotação e sucessão de cultura com hospedeiros suscetíveis; elevado número de plantas, que aumenta a umidade e diminui o
arejamento sob o dossel; chuvas frequentes ou irrigações pesadas coincidindo com baixas temperaturas; presença de luz para germinação carpogênica; monocultura e semeaduras intensivas de plantas hospedeiras. Uma característica marcante do fungo S. sclerotiorum é a capacidade de, a cada ciclo da doença, formar grande quantidade de estruturas de resistência que permanecem viáveis por vários anos, chamadas de
escleródios. Neste sentido o objetivo do trabalho é avaliar o uso do ativo biológico à base de conídios de Trichoderma asperellum, sobre a incidência e severidade de Sclerotinia Sclerotiorum na cultura da soja. O experimento foi conduzido no período de dezembro de 2022 a março de 2023, na comunidade de Santa Bárbara, localizado no Município de São João da Urtiga – RS. O estudo ocorreu em campo a partir de um
experimento fatorial com delineamento inteiramente ao acaso (DIC) envolvendo 5 tratamentos onde: T1 – testemunha sem aplicação de Trichoderma asperellum; T2 - Aplicação do T. asperellum diretamente no solo antes do plantio; T3 - Aplicação do T. asperellum no solo e na inoculação da semente; T4 - Aplicação do T. asperellum na
semente e parte aérea das plantas no estágio V3; T5 - Aplicação do T. asperellum no solo, semente e parte aérea das plantas. Cada tratamento com 4 repetições. Em relação a quantidade de grão por planta constatou-se que os melhores resultados
foram encontrados nos tratamentos T2 onde foi aplicado T. asperellum diretamente no solo antes do plantio e T5 com aplicação do T. asperellum no solo, semente e parte aérea das plantas, não havendo diferença significativa entre estes tratamentos. No entanto, não houve diferença entre os tratamentos T1; T2; T3; T4 e T5 em relação ao
peso de mil sementes (PMS). Na avaliação da produtividade, evidencia-se que o tratamento T2 apresentou uma diferença de produtividade de 21 sc.ha-1 em relação ao tratamento T1 - testemunha sem aplicação de T. Asperellum, seguida pelo
tratamento T 5 e T4 com 6 sacas.ha-1 a mais e o T3 com 7 sacas.ha -1 a mais que a testemunha. A incidência de mofo branco na cultura da soja não apresentou valores de incidência, ficando abaixo do mínimo esperado, sendo inferior a 5%.