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Esta pesquisa trata do tema extensão universitária em uma interlocução com o princípio político do comum, e entre educação e artes. Tem como objetivo procurar por pistas metodológicas nas ações extensionistas desenvolvidas de 2011 a 2014 pela professora de Artes Tina Hatem (em memória), do Campus Osório do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), a m de produzir ou incentivar interações que provoquem novos
sentidos no espaço educacional institucional com relação ao ser-estar-com no mundo e em sociedade. Pela metodologia da pesquisa narrativa, mergulha nos deslocamentos provocados pelas experiências da ordem do sensível vivenciadas com a docente que ainda reverberam entre servidores, incluindo a pesquisadora, estudantes egressos e pessoas da comunidade. A pesquisa foi produzida enquanto prática por meio de uma ação de extensão prototipada como um Laboratório de Comunidade e denominada “JUNTAR - SE… Experiências, vivências e conhecimentos em comunidade”, o que se desdobra no produto educacional dEsaTinAr, na forma de fanzine. Destarte, entrelaçam-se memórias, percepções, sentimentos e inquietações
para narrar Tina Hatem com as fontes teóricas que sustentam esse estudo. Os subsídios sobre extensão
universitária vieram, principalmente, de Paulo Freire. Sobre o comum, passam por Pierre Dardot e Christian Laval, Henrique Parra e Victor Turner. O pensamento sobre educação e artes amparam-se com maior ênfase em Tim Ingold e Marina Garcés. Traços da cultura contemporânea foram pensados com Byung-Chul Han e Lipovetsky. O uso do conceito de desaprendizagem, central neste estudo, encontra sua forma nas práticas coletivas adotadas por Bina Choi e Annette Krauss. Pelas reexões tecidas é possível delinear que ações extensionistas que tenham o comum e a arte como dimensões políticas, em um movimento de fazer-aprender juntos, podem constituir alternativas ao imaginário institucional que age sobre a sociedade e ressignicar os padrões de existência estabelecidos no Campus Osório. A pesquisa aponta também para a importância da produção e sustentação de uma extensão universitária que se situe em pé de igualdade com o ensino e a pesquisa, por gerar uma educação na correspondência com saberes populares como uma forma de resistência à herança colonizadora e das condições do neoliberalismo. |
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