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A educação musical no Brasil tem uma trajetória de idas e vindas. Com a aprovação da Lei
Federal nº 11.769/2008, houve um incremento, resultando na Resolução CNE/CEB nº
2/2016. Apesar de as legislações no país estarem em vigor, observa-se que as ações que
envolvem a presença da educação musical nas redes públicas de ensino não acompanham, na
prática, o que é determinado pela legislação. As leis, por si só, não asseguram uma mudança
efetiva na retomada da Música nestes espaços, no entanto, devem ser cumpridas. A partir
destes pressupostos, e, tendo em vista a minha ação como professor de Música, surgiram as
questões: O ensino de Música está inserido nas redes municipais de ensino de Tramandaí/RS,
Cidreira/RS e Balneário Pinhal/RS? Caso o ensino de Música esteja inserido nestas cidades,
como ocorreram esses processos? E, considerando-se a existência dos conselhos municipais
de educação, como estes órgãos contribuíram para a inserção da Música nestas redes de
ensino? Portanto, esta dissertação objetivou investigar e analisar a presença da Música nos
sistemas municipais de ensino de Tramandaí/RS, Cidreira/RS e Balneário Pinhal/RS. A
metodologia desta pesquisa pressupôs a utilização da abordagem qualitativa (TRIVIÑOS,
1987; OLIVEIRA, 1997; LAVILLE; DIONE, 1999), através do método de pesquisa
documental (GIL, 2002, 2008; CELLARD, 2008), tendo como base as redes municipais de
ensino de Tramandaí/RS, Cidreira/RS e Balneário Pinhal/RS. A técnica para a coleta dos
dados empregada foi a coleta de documentos (LÜDKE; MENGA, 2013). A análise dos dados
foi feita com base na análise de conteúdo (BARDIN, 2006). O referencial teórico utilizado
incluiu cinco perspectivas, sendo elas, a educação musical - com conceitos e teorias de
Kraemer (2000), Bastian (2000), Swanwick (2003) e Souza (2020), a legislação em educação
e educação musical – a Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988, Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, o Plano Nacional de Educação de
2014, a Base Nacional Comum Curricular de 2017 e a Resolução Nº 2/2016 CNE/CEB. Além disso, também faz parte do referencial conceitos de educação, particularmente sobre o projeto político pedagógico (VEIGA, 1998, 2003; MONFREDINI, 2002; GANDIN, 2006; WOLFFENBÜTTEL, 2009). Em outro aspecto, foram usados conceitos das políticas públicas educacionais, com base em Bowe, Ball e Gold (1992), Ball (1994) e Mainardes (2006). Por
fim, a última perspectiva utilizada foi o jogo de escalas (REVEL, 1998; DENORA, 2003; BRANDÃO, 2008). Esta pesquisa justifica-se pela importância da educação musical para a formação integral do ser humano. O espaço escolar, nesse sentido, contribui de forma significativa. Apesar dos esforços já empreendidos pelos professores de música e
pesquisadores da área, ainda observa-se uma carência quanto às pesquisas que tenham como
foco os processos para a efetiva inserção da música na escola. Nessa perspectiva, entendo que
a mudança possa acontecer a partir de esforços de micro espaços que, posteriormente, poderão influenciar macro espaços, entendendo as cidades litorâneas do Rio Grande do Sul nesta particularidade do micro espaço, que poderão influir o macro espaço, como estado e
mesmo o país. |
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