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Esta dissertação nasce do desejo de escutar, compreender e valorizar os percursos formativos
de professoras itinerantes que lecionam Arte nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Foi
desenvolvida no Curso de Mestrado Profissional em Educação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). A questão central investiga os sentidos e desafios que emergem da atuação de professoras itinerantes que lecionam Arte nos Anos Iniciais, e como práticas formativas dialógicas, inspiradas nos Círculos de Cultura freireanos, podem contribuir para a formação dessas professoras. A investigação teve como campo de pesquisa o município de Capão da Canoa/RS, com a participação de 17 professoras itinerantes. Adotou a abordagem qualitativa, ancorada na escuta sensível e na valorização das vivências das participantes. Os instrumentos utilizados foram diário de campo, questionário, gravação de áudio e círculos de cultura. O estudo dialoga com Paulo Freire, Ana Mae Barbosa e António Nóvoa, e utiliza como metodologia a Sistematização de Experiências, de Oscar Jara, permitindo transformar histórias
vividas em conhecimento compartilhável. Os resultados revelam a potência do diálogo, da
escrita pedagógica e da Arte como caminho de humanização e resistência. Evidenciam que
muitas professoras se reinventam a partir de suas memórias escolares e do desejo de oferecer
às crianças aquilo que viveram — ou que lhes foi negado — em sua formação. Como produtos
educacionais, foram desenvolvidas quatro ações formativas: (1) vídeos com registros dos
encontros realizados; (2) um grupo virtual de apoio e partilha; (3) um canal no YouTube —
Caderno Pedagógico de Arte-Educação — e (4) um e-book intitulado Mediações entre a BNCC
e a prática docente em Arte, reunindo reflexões, propostas e Cartas Pedagógicas escritas pelas
participantes. Os materiais produzidos convidam à construção de uma formação permanente mais dialógica, afetiva e significativa, reafirmando que educar em Arte é também um ato de esperança. A valorização da escuta, das narrativas pessoais e do trabalho coletivo reforçou a identidade docente das participantes e ampliou as possibilidades pedagógicas no ensino de Arte. |
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